Portugal soube reconhecer derrota colonial e "reconciliação foi natural"
Ramos-Horta fez a distinção entre o Portugal antes da revolução, "asfixiado e isolado", com o país que se seguiu.
O Presidente da República de Timor-Leste, José Ramos-Horta, considerou esta quinta-feira que Portugal soube reconhecer a derrota colonial e que a reconciliação com os países vencedores aconteceu rápida, imediata e naturalmente.
"Os portugueses souberam reagir às mudanças sem ódio nem vinganças, sem fuzilamentos, sem guerra civil, aceitaram as independências e lutaram connosco pelo longínquo Timor", disse Ramos-Horta durante a sua intervenção na cerimónia de comemoração dos 50 anos do 25 de Abril, que juntou todos os presidente dos países africanos lusófonos, em Lisboa.
"[Os portugueses] não viraram as costas, e as sociedades e os líderes das novas nações independentes souberam igualmente, com verdadeira grandeza de vencedores, saudar Portugal e as relações de amizade foram consolidadas", acrescentou o chefe de Estado timorense, notando que "a normalização das relações com o antigo poder colonial foi imediata, a reconciliação foi natural e o processo foi célere".
Na intervenção, Ramos-Horta fez a distinção entre o Portugal antes da revolução, "asfixiado e isolado", com o país que se seguiu, exclamando: "Quanto mudou para melhor, para muito melhor, em todas as vertentes!".