Bissau,
12 fev (Lusa) - A crise política que atravessa a Guiné-Bissau será um dos temas
do Conselho de Ministros extraordinário da Comunidade do Países de Língua
Portuguesa (CPLP), no próximo mês de março, em Lisboa, disse hoje em Bissau
fonte da organização.
Hernâni
Coelho, chefe da diplomacia de Timor-Leste e responsável de uma missão da CPLP
que hoje terminou uma visita de três dias a Bissau, adiantou que a organização
lusófona pretende analisar em Lisboa a crise guineense e propor soluções para
ajudar o país a encontrar as vias de desenvolvimento.
Acompanhado
pelo secretário-executivo da organização, o moçambicano Murade Murargy, o chefe
da diplomacia de Timor-Leste (país que atualmente preside à CPLP), encontrou-se
hoje com o Presidente guineense, José Mário Vaz, com quem disse ter abordado a
situação de crise que assola o país.
"O
Presidente da República fez uma radiografia geral do estado da Nação, sobre as
preocupações e perspetivas para o futuro do país", afirmou Hernâni Coelho,
salientando que a missão por si liderada não tinha como finalidade mediar a
crise guineense.
"Viemos
aqui simplesmente para acompanhar, ouvir, ver a situação", defendeu
Coelho, remetendo para a reunião de Lisboa, no dia 17 de março, a tomada de
qualquer posição sobre a crise guineense.
A
missão da CPLP tinha como objetivo vir a Bissau constatar o que está a ser
feito pelas autoridades guineenses depois da mesa redonda com os parceiros,
realizada há cerca de um ano em Bruxelas, na qual a Guiné-Bissau recebeu
promessas de apoios financeiros na ordem de mil milhões de euros.
Dada
a situação de crise, a missão da CPLP acabou por centrar a sua atenção na auscultação
aos dirigentes responsáveis guineenses, notou Hernâni Coelho.
A
Guiné-Bissau está mergulhada numa crise política desde dezembro, altura em que
o Parlamento decidiu substituir 15 deputados da bancada do PAIGC que,
entretanto, os havia expulsado do partido, por alegada indisciplina partidária.
Os
deputados em causa recusam-se em acatar a decisão, que consideram ilegal.
Um
juiz do Tribunal Regional de Bissau ordenou a anulação da decisão do parlamento
em substituir os deputados, na sequência de uma providência cautelar.
Dias
antes, no âmbito de outro pedido, outro juiz do mesmo tribunal tinha pedido aos
parlamentares expulsos que se afastassem e deixassem a assembleia trabalhar.
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