Há
um ano, em 16 de Dezembro de 2014, o Página Global publicava a tradução de um
artigo de Ted McDonnell sobre a radiografia do “ranking de corrupção da
Transparência Internacional”. O ranking era baseado nos indicadores retirados
de Global Hunger Índex 2014. A situação, segundo indica, é alarmante em
Timor-Leste.
Entretanto
o governo mudou vai para um ano, há um novo PM e um novo governo - sem eleições
e à revelia da vontade a expressar pelos eleitores. Neste espaço de tempo o que
mudou no ranking relativo a 2015? Os timorenses estão a ser governados com mais
transparência, com mais justiça, há menos corrupção, a distribuição da riqueza
é mais equitativa?
As
opiniões divergem, outra coisa não seria de esperar em democracia. Isso é
salutar. O que não é salutar é o facto de as opiniões divergirem principalmente
devido às diferenças sociais e também geográficas. Para os das elites a
situação melhorou. Recolhemos opinião de que “o desenvolvimento em Timor-Leste é
enorme”. E que “a distribuição de melhores recursos está a chegar aos menos
afortunados”.
Para
os de menores recursos ou as populações do interior tudo está na mesma (mau) ou
ainda pior. É opinião maioritária que os políticos dos principais partidos
praticam e preservam vantagens para si e para suas famílias partidárias que
renitentemente não querem largar. Signifique isso ou não serem injustos para
com os timorenses que os elegeram para os representar na defesa de uma
sociedade mais justa e solidária.
As
opiniões tomam quase todas por referência a chamada “Pensão Vitalícia que os
parlamentares” salvaguardaram para si e que “não querem largar”. Enquanto que
em contrapartida “mais de dois terços dos timorenses continuam a sofrer de
carências que violam os direitos constitucionais assim como a carta das Nações
Unidas sobre os Direitos Humanos. E este é um exemplo. Um, entre uns quantos
que são flagrantes e inadmissíveis numa sociedade mais equilibrada e democrática”,
referiram.
Afinal,
o que transparece das referências de timorenses, citadas acima, apesar de há mais de um ano de publicação, o artigo de Ted McDonnell continua atual. Infelizmente
para a maioria dos timorenses. Uma vasta maioria. Por isso Timor Agora o traz
aqui.
Entretanto,
pode ser que algo mude, para melhor. Que se constate a melhoria das condições
de vida dos timorenses mais afetados pelas carências que tantas vezes podiam
ser supridas e minimizadas caso não existissem fatores de corrupção tão
alarmante em Timor-Leste. Esperamos para ver. (TA)
O
MENU EM TIMOR-LESTE É FOME E CORRUPÇÃO
Ted
McDonnell
Timor-Leste
atingiu um novo patamar nas últimas semanas, mas não no bom caminho
No
ranking de corrupção da Transparência Internacional a situação é desastrosa,
tornando-se uma das nações mais desonestas do mundo. Nos últimos dias foi
considerado o terceiro país mais faminto no Índice Global da Fome. Não são
indicadores para motivo de orgulho do governo...
Assim,
enquanto Xanana Gusmão, primeiro-ministro de Timor-Leste, sorve o seu vinho
português e dá uns bafos nos seus charutos, e seus filhos vão com o motorista
para a escola internacional de Díli por vontade de sua esposa australiana,
Kirsty Sword Gusmão, eu pergunto se ele reserva algum pensamento para as
dezenas de milhares de timorenses que estão sob o seu governo e que todos os
dias passam fome.
É
certo que Xanana é um bom chefe de família. Acima de tudo ele tem cuidado
da maioria dos membros de sua família com contratos substanciais com o
governo; e já os fez ricos através desse processo; tal como assim
acontece com outros membros do governo de Gusmão, incluindo aqueles sob quem
impendem acusações de corrupção.
Mas
o que acontece com o povo de Timor-Leste, às pessoas que sofreram ao longo de
décadas? Será que essas pessoas merecem passar fome todas as noites, com
mães não serem capazes de alimentarem os seus filhos; ou garantir que eles
tenham cuidados de saúde adequados, assim como com pais que enfrentam o
desemprego de longa duração?
É
justo que a elite política de Timor-Leste coma exageradamente como porcos e
esconda dinheiro em malas que levam para fora do país ou enviam-no para contas
bancárias offshore?
O
mundo não pensa assim, o Banco Mundial não pensa assim, as Nações Unidas não
pensam assim ...
De
acordo com o Índice Global da Fome 2014 Timor-Leste está a par dos países mais
famintos do planeta.
“Bangladesh,
Niger, Timor-Leste e Iémen têm a maior prevalência de baixo peso em crianças
menores de cinco anos, no valor de mais de 35 por cento em cada país", de
acordo com os autores de relatórios.
A
situação em Timor-Leste, de acordo com o relatório, situa-se à beira da
calamidade e o índice da fome considera a situação "alarmante".
O
país está mais faminto. Burundi com índice 35,6; seguido pela Eritreia com
33,8 e logo a seguir Timor-Leste 29,8 – o terceiro pior país do mundo - apesar
de Timor-Leste ter um Fundo Petrolífero no valor de $15 biliões de dólares
americanos.
O
relatório da fome destaca ainda as muitas falhas do governo de Xanana Gusmão e
refere o índice de corrupção da Transparência Internacional, que mostra
Timor-Leste numa classificação de apenas - 28 (133 de 174 países) abaixo de uma
pontuação de 30 em 2013; e 33 em 2012. a queda começou sob a
responsabilidade de Gusmão.
A
classificação desastrosa da corrupção foi publicada somente algumas semanas
depois do governo Gusmão demitir do sistema judiciário assessores estrangeiros
que investigavam a corrupção. O julgamento por corrupção da ministra das
Finanças, Emília Pires, que pela mão do PM preencheu cheques, permanece em
espera.
Então
para onde vai o dinheiro? Está sendo usado para alimentar as pessoas,
criar emprego e investir no sistema de cuidados de saúde?
Não! Obviamente
que há conhecimento de que muito dinheiro tem ido para os bolsos das elites
políticas, incluindo os cofres da família de Gusmão.
O
Orçamento de Timor-Leste não está a ser gasto como devia. Por isso vimos
alastrar a pobreza timorense.
Atualmente,
Gusmão mudou para o seu modo de blefar, pontificar, rosnando e intimidando os
média de Timor-Leste ou qualquer outra pessoa que tenha a coragem de
falar; enquanto seus assessores norte-americanos e australianos, como
Pierre-Richard Prosper e o ex-fiel ALP Janelle Saffin, blefa a persuadir muitos
diplomatas ocidentais na tentativa de esconder a verdade chocante sobre
Timor-Leste e as políticas falidas de Gusmão.
Ao
mesmo tempo, os assessores estrangeiros em Díli sabem que lhes é garantida boa
alimentação e o contágio da alegria de Xanana.
Enquanto
isso, a maioria dos timorenses passam fome todos os dias e todas as
noites. Sejam felizes rapazes!