Roger Rafael Soares * | opinião
Ainda que a data de inicio para a
campanha eleitoral seja em 10 de abril de 2018, o governo em gestão tem
desenvolvido formas de divulgar uma imagem de má gestão por parte das
governações anteriores, de forma a mobilizar o eleitorado e assim obter-lhe o voto
nas eleições próximas.
É claro e sabido que auditoria
aos Ministérios reveste uma enorme importância dado o seu o contributo para a
gestão eficaz e eficiente do Estado. O que significa, e também se espera, que a
auditoria em curso seja desenvolvida de uma forma imparcial e objetiva, devendo
as suas análises e avaliações serem dotadas de objetividade e rigor, com
recomendações e sugestões que auxiliem, quer a gestão dos Ministérios no
cumprimento das suas funções e responsabilidades, quer no processo de tomada de
decisão, o que se reverterá em valor acrescentado a cada Ministério.
Agora, face ao contexto e
situação políticos, coloca-se a questão: até que ponto a auditoria possa estar
a ser utilizada como pretexto com vista a ser objeto de mobilização do eleitorado.
É necessário identificar eventuais falhas e deficiências ocorridas durante as
governações anteriores, para que se possa melhorar a gestão do Estado e dessa
forma, se garanta um maior cumprimento das respostas às necessidades do país e
do Povo.
Se há a intenção de combate à
corrupção com seriedade por parte do governo de gestão, também deverá mostrar
isenção e imparcialidade na tomada de decisões quanto à colocação dos recursos
humanos nos vários cargos e funções dos Ministérios e no Exterior. Afinal, o
favoritismo também se regista neste Governo. Enquanto nas Governações
anteriores, os cargos foram repartidos para os vários partidos, incluindo da
oposição, a isto se designou Unidade Nacional. Ainda que tenha surgido
desentendimento entre o PD e o CNRT durante o mandato do VII Governo, o certo é
que os políticos se mantiveram nos seus cargos até ao final do mesmo. Agora,
utilizar a auditoria como pretexto para atingir fins políticos, a isto se chama
calculismo político. Porém, volto a frisar a importância do contributo da
auditoria na melhoria da gestão e administração do Estado, ao permitir que se
identifiquem eventuais falhas e erros, por forma a prevenir irregularidades,
bem como promover a eficiência e eficácia da Administração do Estado.
Portanto, valorizar a estratégia
de Xanana Gusmão é o ponto-chave para o desenvolvimento do País e do Povo, ao
ter em consideração todos os elementos da sociedade timorense no projeto
nacional, cabendo a cada um assumir as responsabilidades dos seus atos e ações.
*Rojer Soares | Ailili, Manatuto,
Timor-Leste - rrtsoares@hotmail.com