Lisboa,
21 abr (Lusa) - A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) vai ter a
partir de sexta-feira uma missão de observação das eleições presidenciais na
Guiné Equatorial, disse hoje à Lusa o secretário executivo da organização.
A
missão, composta por cinco elementos, será chefiada pelo embaixador de
Timor-Leste junto da CPLP, Antonito de Araújo. A equipa segue na sexta-feira
para a Guiné Equatorial, onde deverá permanecer até meados da próxima semana,
adiantou à Lusa Murade Murargy.
As
eleições presidenciais na Guiné Equatorial - que aderiu à CPLP em 2014 -
decorrem no próximo domingo e contam com sete candidatos, entre os quais o
Presidente cessante, Teodoro Obiang Nguema, no poder desde 1979.
Os
candidatos que defrontarão Obiang são Bonaventura Monsuy Asumu, do Partido da
Coligação Social Democrata (PCSD), Carmelo Mba Bakale, da Ação Popular da Guiné
Equatorial (APGE), Avelino Mocache Mehenga, da União do Centro Direita (UCD), e
três candidatos independentes, cujos partidos ainda não foram legalizados,
Agustin Masoko Abegue, Benedicto Obiang Mangue e Tomas Mba Monabang.
Recentemente,
o Governo português, através do ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto
Santos Silva, pediu às autoridades da Guiné Equatorial "passos claros e
evidentes do ponto de vista da democratização política e, nesse plano, a forma
como irá decorrer a campanha, a eleição e o apuramento de resultados na eleição
presidencial é determinante".
A
Frente da Oposição Democrática (FOD), coligação que reúne os principais
partidos da oposição na Guiné Equatorial, apelou a 23 de março ao boicote das
presidenciais, considerando estarem reunidas todas as condições para
"fraudes".
O
líder do partido da oposição na Guiné Equatorial Cidadãos pela Inovação, cuja
candidatura foi rejeitada, disse à Lusa que a decisão foi "política e não
jurídica".
As
eleições presidenciais estavam previstas para novembro, tendo sido antecipadas
para 24 de abril por decreto presidencial e sem explicação oficial, o que foi
contestado por opositores.
Decano
em termos de longevidade no poder dos chefes de Estado africanos, Obiang
Nguema, 73 anos, venceu as presidenciais de 2009 com 95,3% dos votos.
O
seu regime é regularmente criticado por organizações de defesa dos direitos
humanos pela repressão dos opositores, da sociedade civil e dos meios de
comunicação social, assim como pela extensão da corrupção.
JH // JMR
JH // JMR
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