Lisboa,
21 abr (Lusa) - O ministro dos Negócios Estrangeiros português reiterou hoje
que as eleições presidenciais na Guiné Equatorial, no domingo, "são um
teste muito importante" sobre o respeito daquele país pelos "valores
constitutivos" da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
"Portugal
entende que estas eleições são um teste muito importante para a afirmação da
Guiné Equatorial de respeito perante os valores constitutivos da CPLP",
afirmou Augusto Santos Silva, recordando que essa foi a posição que transmitiu,
em 18 de março, ao seu homólogo equato-guineense, Agapito Mba Mokuy, numa
reunião bilateral em Lisboa.
O
chefe da diplomacia portuguesa disse estar a seguir "com muita
atenção" a campanha e seguirá também "com muita atenção" as
eleições.
A
Guiné Equatorial elege no domingo o próximo Presidente, cargo a que se
recandidata Teodoro Obiang Nguema, no poder desde 1979, além de outros seis
candidatos, três dos quais independentes.
Os
candidatos que defrontarão o Presidente cessante são Bonaventura Monsuy Asumu,
do Partido da Coligação Social Democrata (PCSD), Carmelo Mba Bakale, da Ação
Popular da Guiné Equatorial (APGE), Avelino Mocache Mehenga, da União do Centro
Direita (UCD), e três candidatos independentes, cujos partidos ainda não foram
legalizados, Agustin Masoko Abegue, Benedicto Obiang Mangue e Tomas Mba
Monabang.
A
Frente da Oposição Democrática (FOD), coligação que reúne os principais
partidos da oposição na Guiné Equatorial, apelou a 23 de março para o boicote
das presidenciais, considerando estarem reunidas todas as condições para
"fraudes".
O
líder do partido da oposição Cidadãos pela Inovação, cuja candidatura às
eleições presidenciais foi rejeitada, disse à Lusa que a decisão é
"política e não jurídica" e que o partido não vai propor novo
candidato.
As
eleições presidenciais estavam previstas para novembro, tendo sido antecipadas
para 24 de abril por decreto presidencial e sem explicação oficial, o que foi
contestado por opositores.
Decano
em termos de longevidade no poder dos chefes de Estado africanos, Obiang
Nguema, 73 anos, venceu as presidenciais de 2009 com 95,3% dos votos.
O
seu regime é regularmente criticado por organizações de defesa dos direitos
humanos pela repressão dos opositores, da sociedade civil e dos meios de
comunicação social, assim como pela extensão da corrupção.
A
Guiné Equatorial foi admitida como membro da Comunidade dos Países de Língua
Portuguesa (CPLP) em julho de 2014.
JH
// JMR
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