O
dueto de Salvador Sobral com a irmã na consagração da vitória na Eurovisão
Salvador
Sobral traz para Portugal o primeiro troféu do Festival da Canção. Na sua
atuação final, Luísa Sobral não só subiu ao palco com o irmão como cantou com
ele. Ora veja e ouça.
Salvador
Sobral foi o grande vencedor desta edição do Festival do Eurovisão. Trouxe para
Portugal o primeiro troféu em 53 anos. Quando subiu ao palco para receber o
troféu e discursar, o português fez uma exigência: “Eu quero que a minha irmã
cante comigo”. E cantou. Luísa Sobral subiu ao palco com o irmão e cantou “Amar
Pelos Dois” com ele.
Observador
| Vídeo: Eurovision
Song Contest
Salvador
Sobral à chegada: "Não sei muito bem como vou lidar com isto"
Cantor
chegou a Lisboa pouco depois das 16:00. No aeroporto, esperava-o uma multidão
para agradecer
Centenas
de pessoas esperavam por Salvador Sobral no aeroporto de Lisboa, este domingo.
À chegada, e mesmo antes de cumprimentar os fãs que o aguardavam com cartazes e
bandeiras portuguesas, respondeu às perguntas dos jornalistas. Admitindo que
foi "um bom passo para a música portuguesa", o cantor não se cansou
de frisar que a vitória "com uma canção assim" pode significar mesmo
uma "mudança" para a Eurovisão.
Ainda
com semblante cansado, Salvador e a irmã, Luísa, sentaram-se numa sala para uma
curta conferência de imprensa, pelas 16:30, depois do voo que os trouxe de
Kiev, de regresso a Lisboa. "Não sei se sabem, mas nós recebemos um prémio
das pessoas que percebem de música", disse entre risos. "Ela ganhou o
de composição e eu o de melhor artista, dos compositores de todas as canções
que participaram", disse, apontando para a irmã. "Eu disse que, para
mim, aquilo era mais importante do que o prémio [da Eurovisão]", atirou.
"A
canção é tão bonita que não nos compromete", continuou, enquanto sorria
para os jornalistas, que lhe perguntavam se achava que o tema poderia despertar
interesse pelo panorama musical português. Confrontado com o facto de o
aeroporto Humberto Delgado estar repleto de fãs à espera dele, disse sem
rodeios que queria manter-se igual a si mesmo: "tenho a noção de que ao
início pode ter um grau de loucura, mas sei que estas coisas são efémeras e que
daqui a dois ou três meses ninguém se lembra, e ainda bem". Não escondeu
nada: "fotos e telemóveis deixam-me triste e invadem o meu espaço".
Sobre
o facto de o tema vencedor, Amar Pelos Dois, ser em português, e a
importância em contexto eurovisivo, foi contundente: "o idioma era a
música". Mas não deixou de assinalar que, sempre que pôde, falou em
português. "Era importante mostrar o máximo da nossa cultura, mas sem ser
nacionalista".
Questionado
a propósito do impacto que a vitória terá, confessa: "ainda não sei bem
como vou lidar com isto. Espero conseguir fazer as coisas com tranquilidade,
continuar a tocar. Se calhar temos de cobrar um bocadinho mais pelos
concertos", ironizou, fazendo estalar gargalhadas na sala. "Na
verdade, antes disto estava a fazer o que queria, a tocar por aí. Espero
continuar".
Salvador
e Luísa agradeceram ainda à RTP - "demos-lhe o prémio pequenino",
disseram, acrescentando que a estátua maior vai para casa dos pais. Sobre o
irmão, Luísa sublinhou que ele foi "o mais genuíno possível" e que
merecia que lhe tivessem cantado os parabéns na sala de imprensa, depois da
vitória.
Já
sobre os restantes temas em competição na Eurovisão, Salvador revelou qual era
a música que preferia: "a italiana, tinha uma mensagem satírica, bem à
italiana. E gostei dele". A belga e a finlandesa, acrescentou a irmão,
tinham qualidade "dentro do género". E o Azerbeijão, a quem Portugal
atribuiu ontem a pontuação máxima? "Não!".
Bárbara
Cruz | Diário de Notícias | Foto: António Cotrim/Lusa
1 comentário:
Fantastic, Viva Salvador.
Enviar um comentário