domingo, 17 de novembro de 2024

Macau quer demitir funcionários públicos que não sejam leais à China

Os funcionários públicos de Macau, incluindo os de nacionalidade portuguesa, poderão ser demitidos caso pratiquem "atos contrários" a um juramento de lealdade à China e ao território, indicam propostas de lei hoje apresentadas pelo Governo.

Tanto o pessoal de direção e chefia como os trabalhadores da administração pública terão de, ao tomar posse, prestar juramento de defesa da Lei Básica, a `miniconstituição do território`, e de lealdade à China.

"Consequentemente, o trabalhador dos serviços públicos, no ativo, que pratique atos contrários ao juramento, será alvo de processo disciplinar, sendo-lhe aplicada a pena de demissão", refere-se numa das propostas apresentadas pelo Conselho Executivo.

O porta-voz do Conselho Executivo disse numa conferência de imprensa que "é muito difícil" dar exemplos de comportamentos desleais, mas garantiu que a proposta, que não foi hoje divulgada publicamente, vai incluir "expressamente quais são os atos".

Por outro lado, André Cheong Weng Chon alertou que os funcionários públicos podem ser despedidos devido a conversas privadas ou comentários publicados em redes sociais.

Os atos desleais "não se limitam apenas à vida profissional", defendeu o dirigente, que acrescentou que a vida privada e profissional de um trabalhador da função pública "nem sempre estão separadas".

Ásia | O que Índia e Indonésia alcançaram na presidência do G20

Srinivas Mazumdaru | Deutsche Welle | # Publicado em português do Brasil

Países asiáticos antecederam Brasil no comando do bloco das maiores economias mundiais e enfrentaram tensões crescentes e guerras durante seus mandatos.

Fundado em 1999 para lidar com crises financeiras e instabilidades econômicas, o G20 ganhou destaque durante a crise financeira global de 2008, quando tiveram início as cúpulas anuais dos líderes mundiais. O bloco reúne países que lideram a economia global e respondem por cerca de dois terços da população do planeta, além de 75% do comércio mundial.

Desde 2008, o fórum evoluiu para uma espécie de "mini ONU" que lida com questões como mudanças climáticas e tensões geopolíticas, embora os Estados-membros nem sempre concordem sobre o que deve estar na agenda.

O Brasil assumiu a presidência rotativa anual do G20 em dezembro passado ao suceder a Índia. A África do Sul será o próximo país a assumir a liderança do grupo no próximo ano.

Ao longo de 2024, o Brasil sediou e presidiu várias reuniões ministeriais do G20. O governo de Luiz Inácio Lula da Silva pautou questões pertinentes ao mundo em desenvolvimento ndurante sua presidência do bloco. Entre elas, a redução das desigualdades, a reforma de instituições de governança global, como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e a Organização Mundial do Comércio (OMC), o enfrentamento das mudanças climáticas e a promoção do desenvolvimento sustentável.

Para M. Habib Abiyan Dzakwan, pesquisador de política econômica internacional no Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais (CSIS) da Indonésia, o Brasil deve fortalecer a abordagem dos países do G20 em questões cruciais como mudanças climáticas e desafios globais de saúde.

Contudo, ainda não está claro o que o Brasil conseguirá alcançar em termos concretos.

Trump vs China está prestes a abalar o mundo asiático

Nomeações para o gabinete de Trump sinalizam que a guerra comercial com a China é realidade, não retórica, o que significa que toda a Ásia ficará presa no fogo cruzado

William Pesek | Asia Times | # Traduzido em português do Brasil

Quando o presidente dos EUA, Joe Biden, e o líder chinês, Xi Jinping, se encontrarem no sábado (16 de novembro), eles poderão encontrar um ponto em comum sobre uma grave ameaça à economia global em 2025: Donald Trump.

Nos dias que se seguiram à sua vitória eleitoral em 5 de novembro, o antigo e futuro presidente dos EUA tem se ocupado em nomear radicais anti-China e conhecidos leais ao governo para os principais cargos do gabinete.

Eles incluem o senador da Flórida Marco Rubio para liderar a diplomacia dos EUA. Rubio seria o primeiro secretário de estado em exercício sancionado por Pequim, o que significa que ele não pode nem visitar o país.

A presença de Rubio por si só representaria “um pesadelo que se tornou realidade” para o Partido Comunista de Xi, observa Zhu Junwei, diretor da Grandview Institution em Pequim e ex-pesquisador do Exército de Libertação Popular.

Adicione o falcão político Robert Lighthizer, antigo e provável futuro czar comercial de Trump. No começo deste ano, ele falou de um desejo do Trump 2.0 de desvalorizar o dólar americano, ao estilo da Argentina, para impulsionar as exportações.