Hong Kong, China, 01 jul (Lusa) -
A polícia de Hong Kong impediu hoje cerca de 20 manifestantes pró-democracia de
se aproximarem do local onde decorria uma cerimónia comemorativa do aniversário
da transferência de soberania do território do Reino Unido para a China.
Os manifestantes transportavam um
caixão, símbolo da morte da democracia, e gritaram palavras de ordem contra o
regime de partido único na China, exigiram o sufrágio universal em Hong Kong e
no país, bem como a libertação de Liu Xia, viúva do prémio Nobel da Paz Liu
Xiaobo.
A cerimónia, junto ao porto
Vitória, decorreu sem interrupções, na presença da chefe do Executivo de Hong
Kong, Carrie Lam. Mais tarde, numa receção, Lam manifestou confiança no futuro
da Região Administrativa Especial chinesa.
A transferência da soberania
britânica de Hong Kong para a China ocorreu a 01 de julho de 1997. Pequim
garantiu, ao abrigo do princípio "um país, dois sistemas", um período
de transição de 50 anos, durante o qual o território manterá uma autonomia
alargada, com sistemas legal e financeiro próprio.
No entanto, a China deixou claro
que as liberdades de Hong Kong não podem pôr em causa a soberania chinesa sobre
o território.
No discurso proferido nas
cerimónias do 20.º aniversário da transferência em 2017, o Presidente chinês,
Xi Jinping, advertiu que quaisquer atividades em Hong Kong no território vistas
como uma ameaça para a soberania da China e a estabilidade do país serão
inadmissíveis.
"Qualquer tentativa que
ponha em perigo a soberania e segurança da China, desafie o poder do Governo
central e a autoridade da Lei Básica de Hong Kong (...) é absolutamente
inadmissível", declarou há um ano.
Na ocasião, Xi sublinhou que
Pequim vai garantir a aplicação "com firmeza" do princípio "um
país, dois sistemas", enquanto o Governo de Hong Kong "deve manter-se
fiel a esta direção e respeitar integralmente" aquele princípio.
Este conceito foi criado para
defender a unidade do país e qualquer desafio à soberania ou apoio à oposição
representa uma rutura do princípio "um país, dois sistemas",
acrescentou.
O respeito e aplicação do
princípio "um país, dois sistemas" responde às necessidades da
população de Hong Kong, de manter a prosperidade e estabilidade de Hong Kong,
serve os interesses fundamentais da nação e as aspirações partilhadas de todos
os chineses, disse.
EJ // EJ
Sem comentários:
Enviar um comentário