Bissau,
11 fev (Lusa) - O Presidente da Guiné-Bissau, José Mário Vaz, acusou hoje o
Parlamento de ter bloqueado o normal funcionamento do país através da recusa da
mesa do órgão em permitir a discussão do programa do Governo.
No
seu discurso de encerramento de um simpósio internacional sobre a reconciliação
entre os guineenses, José Mário Vaz, afirmou que a crise de que se fala existir
na Guiné-Bissau "reduz-se a uma clara obstrução e bloqueio" do
Parlamento por parte da direção do órgão.
Para
o chefe do Estado guineense, que falava no Parlamento, não existem problemas
militares no país mas "uma crise iminentemente
político-institucional" alimentada pelo Parlamento que, segundo disse, se
recusa a permitir a discussão de políticas que possam promover o desenvolvimento
do país.
A
direção do Parlamento, obedecendo ao posicionamento do partido maioritário, o
PAIGC, tem-se recusado a discutir e aprovar o programa do Governo, sob a
alegação de que o executivo é de iniciativa do chefe do Estado, logo fora do
âmbito constitucional.
José
Mário Vaz entende que a postura da mesa que preside ao Parlamento
"violenta a democracia" uma vez que o plenário do órgão não consegue
se reunir para aprovar leis de acordo com o mandato que o povo concedeu aos
deputados, observou.
Quanto
à intenção da comissão de reconciliação nacional, órgão instituído pelo
Parlamento e liderado pelo padre Domingos da Fonseca, o líder guineense disse
estar aberto a abraçar a iniciativa desde que seja para a busca da verdade.
José
Mário Vaz pediu ao líder da comissão que lhe apresente um calendário de
atividades que devem ser levadas a cabo até à realização da conferência
nacional de reconciliação em data a ser marcada oportunamente.
No
entanto, o Presidente guineense voltou a pedir aos cidadãos do país que confiem
nas potencialidades da Guiné-Bissau e que apostem no "trabalho sério"
mais do que qualquer ajuda da comunidade internacional, frisou.
José
Mário Vaz aproveitou a ocasião para saudar o ex-Presidente de Timor-Leste e
prémio Nobel da paz, José Ramos-Horta que, na qualidade de antigo representante
da ONU em Bissau, foi o convidado de honra do simpósio que hoje encerrou os
trabalhos.
MB
// JPF
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