Pequim,
04 ago (Lusa) - Um conhecido advogado e ativista chinês foi hoje condenado a
sete anos de prisão, por "subversão do poder do Estado", como parte
de uma campanha do Governo chinês contra advogados dos Direitos Humanos.
Zhou
Shifeng era o editor do escritório de advogados Fengrui, que prestava serviços
a vítimas de abusos sexuais, membros de grupos religiosos proibidos na China e
dissidentes.
É
o terceiro de quatro julgamentos que estão marcados para esta semana, na
sequência da "campanha 709" - assim designado por ter ocorrido a 09
de julho do ano passado - e que resultou na detenção de 200 pessoas.
Na
terça-feira, o ativista Zhai Yanmin foi sentenciado a três anos de pena
suspensa, acusado de subversão, por ações como envergar cartazes e gritar palavras
de ordem.
Na
quarta-feira, Hu Shigen, um outro ativista, foi condenado a sete anos e meio de
prisão pelo mesmo crime.
Zhou
assumiu-se culpado, perante um tribunal de Tianjin, no norte da China, informou
a agência noticiosa oficial Xinhua.
O
julgamento decorreu sob forte vigilância policial, com vários polícias fardados
ou vestidos à civil nas imediações do tribunal, segundo descreveu a agência
France Presse.
As
autoridades cortaram os acessos ao tribunal, até cerca de 300 metros de
distância, e os jornalistas foram forçados a deixar o local.
Pequim
insiste que os julgamentos em Tianjin são abertos, afirmando que mais de 40
políticos, professores de Direito, advogados e "cidadãos de todos os
estratos sociais" estão presentes na sala do tribunal.
No
entanto, os familiares dos detidos, particularmente as esposas, queixaram-se
publicamente de terem sido constantemente vigiadas e de lhes ter sido negado o
acesso ao caso.
Citado
pela imprensa oficial, o tribunal argumentou que Zhou pediu, por duas vezes,
que os seus familiares não comparecessem no tribunal, publicando uma fotografia
de uma carta alegadamente escrita e assinada por este, à mão, e com a sua
impressão digital.
"Tendo
em consideração que os meus familiares são todos camponeses, que carecem de
educação, a sua presença em tribunal não seria benéfica, nem para mim, nem para
eles", lê-se naquela nota.
Cerca
de 12 advogados e ativistas detidos na operação "campanha 709"
permanecem sob custódia da polícia.
Durante
a atual liderança do atual Presidente chinês, Xi Jinping, as autoridades
reforçaram o controlo sob académicos, advogados e jornalistas, segundo
organizações de defesa dos direitos humanos.
JOYP
// SB
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