Pequim,
09 Jun (Lusa) - O Presidente de Angola, José Eduardo dos Santos, encontrou-se
hoje com o presidente da Conferência Política Consultiva do Povo Chinês, Yu
Zhengsheng, no primeiro ato oficial de uma visita destinada a "injetar um
novo ímpeto" nas relações sino-angolanas.
Yu
Zhengsheng, 70 anos, é também membro do Comité Permanente do Politburo do
Partido Comunista Chinês, a cúpula do poder na China, liderada pelo
secretário-geral do PCC e Presidente da Republica, Xi Jinping, constituída
apenas por sete elementos.
O
encontro decorreu num dos salões do Grande Palácio do Povo, no centro de
Pequim, onde logo à tarde (hora local) Eduardo dos Santos irá encontrar-se com
o seu homólogo chinês, Xi Jinping, e o primeiro-ministro, Li Keqiang.
A
cerimónia de boas vindas, com honras militares, está marcada para as 17.00
(10:00 em Lisboa e em Luanda). Eduardo dos Santos chegou na segunda-feira à
tarde a Pequim, acompanhado pela mulher, Ana Paula dos Santos.
É
a sua quarta visita oficial à China no espaço de 27 anos.
A
comitiva do Presidente angolano inclui cinco ministros, entre os quais os
titulares das pastas dos Transportes (Augusto Tomás), Comércio (Rosa Pacavira)
e Energia e Águas (João Baptista Borges).
"Vários
acordos de cooperação" serão assinados durante a visita, indicou na semana
passada um porta-voz do Ministério chinês dos Negócios Estrangeiros, sem
adiantar pormenores.
Angola
e China vão negociar esta semana "um novo pacote financeiro para enfrentar
as dificuldades" criadas pela redução do preço mundial do petróleo, disse
entretanto o embaixador angolano em Pequim, João Garcia Bires, citado pela
agência Angop.
Num
encontro com jornalistas angolanos nas vésperas da chegada de Eduardo dos
Santos, aquele diplomata enalteceu "o papel preponderante" da China na
reconstrução do seu país e disse esperar que Pequim "continue a ser um
parceiro estratégico nesta fase difícil de Angola".
No
sábado passado, o semanário português Expresso afirmou que o presidente
angolano ia à China "em busca de um financiamento de 22.000 milhões de
dólares" para tentar resolver a "grave crise de tesouraria" da
petrolífera estatal Sonangol, descrita como "o principal ?braço armado' da
economia de Angola".
A
China absorve cerca de metade do petróleo exportado por Angola, mas devido à
queda do preço daquela matéria-prima no mercado mundial, no primeiro trimestre
deste ano, o valor das exportações angolanas para a China caiu 50,3% em relação
a igual período de 2014.
O
programa de Eduardo dos Santos, até ao próximo sábado, inclui uma deslocação a
Tianjin, o maior porto do norte da China, a cerca de 150 quilómetros de Pequim,
e um seminário empresarial com quase 200 participantes.
AC
// JCS
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