Kupang,
Indonésia, 08 jun (Lusa) - Um refugiado do Bangladesh detido na capital de
Timor Ocidental, Kupang, depois da embarcação em que seguiam ter naufragado,
acusou hoje oficiais australianos de pagarem ao capitão do barco para que não
continuassem viagem em águas australianas.
A
notícia foi avançada pela rádio nacional da Nova Zelândia, país para onde,
alegadamente, se dirigia a embarcação com 65 refugiados do Bangladesh, Sri
Lanka e Myanmar que foi travada na semana passada por uma patrulha australiana.
O
primeiro contacto ocorreu quando a embarcação estava ainda em águas
internacionais, tendo o dinheiro sido pago posteriormente, num segundo contacto
já próximo do Norte da Austrália.
Nazmul
Hassan explicou que quando estavam já em águas australianas, 12 dias depois de
partirem, foram travados por autoridades marítimas que lhes deram dinheiro
depois de uma conversa com o capitão e tripulantes da embarcação.
Alega,
segundo contou à rádio, que os oficiais australianos terão pago 7.200 dólares
australianos (4.941 euros) por cada um dos passageiros a bordo, tendo grande
parte desse dinheiro sido confiscado, mais tarde, pelas autoridades indonésias.
A
rádio solicitou um comentário ao Departamento de Imigração e à Proteção
Fronteiriça australiana, que ainda não foi dado.
"Eles
deram-nos um papel a dizer para nunca tentar voltar à Austrália para ali viver
e nunca usar águas australianas para chegar à Nova Zelândia", afirmou o
refugiado.
Segundo
a imprensa australiana, os refugiados terão sido transferidos para uma embarcação
de madeira com melhores condições, receberam mantimentos e coletes salva vidas
e foram escoltados até águas indonésias.
Já
aí, a embarcação naufragou e os refugiados foram salvos por pescadores
indonésios e detidos à sua chegada a Kupang.
Hassan
apelou às autoridades da Nova Zelândia solicitando asilo devido às condições
políticas nos seus países.
Um
porta-voz do Ministério da Imigração disse que o grupo não poderia pedir asilo
se não estivesse na Nova Zelândia mas que poderia pedir ajuda à Austrália.
ASP
// APN
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