Pequim,
17 ago (Lusa) -- A imprensa estatal chinesa critica hoje fortemente os
responsáveis da cidade portuária de Tianjin, acusando-os de falta de
transparência no caso das explosões na zona industrial da cidade que causaram a
morte de, pelo menos, 112 pessoas.
As
autoridades chinesas têm limitado as críticas à gestão do desastre, suspendendo
ou encerrando dezenas de páginas na Internet ou contas em redes sociais.
No
entanto, a imprensa estatal condena hoje os dirigentes locais por falta de
transparência, dizendo que a sua atitude tem um reflexo negativo no Governo
central.
"Durante
as primeiras dezenas de horas após as explosões foi disponibilizada pouca
informação pelas autoridades de Tianjin", escreve hoje o Global Times no
seu editorial.
"Tianjin
não é um caso excecional em termos de resposta desadequada em situação de
desastre. O esforço para responder aos repórteres deve passar a ser rotineiro,
caso os governos voltem a enfrentar um acontecimento de grande dimensão. Uma
reação lenta pode levar a que rumores corram desenfreados. E como consequência,
a confiança pública no Governo continua a decrescer", diz o jornal com
ligação ao Partido Comunista.
Por
seu lado, o China Daily escreve que "muitas questões continuam por
responder" sobre as explosões, que geraram vários dias de incêndios e
receio de contaminação tóxica.
"Não
é surpreendente que a falta de informação confirmada tenha resultado em teorias
da conspiração (...) que vão aumentar, a não ser que o Governo revele os
mistérios em torno do incidente através de uma investigação exaustiva e
transparente que possa responder às perguntas das pessoas", escreve.
O
jornal afiliado com o órgão de disciplina do Partido Comunista, o "China
Discipline Inspection and Supervision News", afirmou que o desastre em
Tianjin expos graves lacunas na implementação das regulações do país.
"As
chamas engoliram não só vidas e propriedade, mas também o sentido de segurança.
O promotor dos complexos [industriais] e os residentes não sabiam que estavam a
viver ao lado de um 'vulcão' até as explosões acontecerem", escreve.
ISG
// JCS
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