quinta-feira, 12 de dezembro de 2024

2025: Ano da adesão plena de Timor-Leste à ASEAN

A adesão plena ao bloco de países ASEAN e o desenvolvimento do campo de gás Greater Sunrise deverão dominar a agenda de 2025 em Timor-Leste, quando se assinalam 50 anos da declaração unilateral da independência da Indonésia.

Timor-Leste formalizou o pedido de adesão à Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) em 2011, mas só em 2022 os Estados-membros chegaram a um acordo de princípio para o país integrar aquela organização regional, passando a ter estatuto de observador e a poder participar em todas as reuniões, incluindo nas cimeiras.

As autoridades timorenses decidiram apontar o ano de 2025 para a concretização da adesão plena, tendo em conta o cumprimento de um roteiro, apresentado em 2023, que exige o estabelecimento de acordos e missões diplomáticas, construção de infraestruturas e preparação de recursos humanos, entre outros.

No início deste mês, o primeiro-ministro timorense, Xanana Gusmão, disse que o país fez "progressos positivos" para o processo de adesão em 2025, mas admitiu que no cumprimento de requisitos há uns que estão mais avançados que outros.

A concretizar-se em 2025, a adesão à ASEAN será feita durante a presidência rotativa da Malásia, que, através do primeiro-ministro, Anwar Ibrahim, disse já que vai fazer o possível para Timor-Leste aderir à organização regional durante o próximo ano.

Outro assunto que deverá dominar a agenda de Timor-Leste em 2025 vai ser o desenvolvimento do campo de gás Greater Sunrise.

A conclusão de um estudo sobre as melhores opções de desenvolvimento, processamento e comercialização do gás extraído daquele poço, localizado a 150 quilómetros de Timor-Leste e a 450 quilómetros de Darwin, na Austrália, poderá pôr fim a anos de um impasse sobre a sua exploração.

O impasse prende-se com o facto de Díli defender a construção de um gasoduto para o sul de Timor-Leste, enquanto a Woodside, petrolífera australiana, inclina-se para uma ligação à unidade já existente em Darwin.

Para Timor-Leste, a ligação do gasoduto ao sul do país é estratégica para o crescimento económico, permitindo também o desenvolvimento de infraestruturas para a indústria petrolífera.

As conclusões do estudo vão ser analisadas pelo consórcio, constituído pela timorense Timor Gap (56,56%), a operadora Woodside Energy (33,44%) e a Osaca Gás (10,00%), e pelos governos de Timor-Leste e da Austrália, esperando-se uma decisão no próximo ano.

Em 2025, Timor-Leste celebra os 50 anos de declaração unilateral da independência, a 28 de novembro, e assinala também os 50 anos da ocupação indonésia, a 07 de Dezembro.

Notícias ao Minuto | Lusa

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