domingo, 2 de outubro de 2016

Líder de Hong Kong apela à união com a China sob protestos


O chefe do Executivo de Hong Kong apelou hoje à união sob o sistema político da cidade numa altura em que crescem os pedidos de independência, durante um discurso para assinalar o Dia Nacional da China interrompido por protestos

CY Leung discursava numa receção para assinalar o 67.º aniversário da fundação da República Popular da China por Mao Zedong em 1949, depois de forças comunistas terem ganho a guerra civil no interior da China.

Hong Kong e Macau são governados ao abrigo do princípio "Um país, dois sistemas", um acordo que garante durante 50 anos - até 2047 e 2049, respetivamente -, liberdades não observadas no interior da China, entre outros.

CY Leung descreveu o sistema como o "mais benéfico e prático" para Hong Kong.

Também encorajou os jovens de Hong Kong a visitarem a China, afirmando que há "profundos laços de sangue" entre os dois lados da fronteira.

Deputados pró-democracia interromperam o discurso de CY Leung, gritando palavras de ordem a pedir a sua demissão, antes de serem retirados pelos seguranças.

Entre os deputados que protestaram estava James To, do Partido Democrático, que disse que CY Leung "causou divisões na cidade e fez com que os residentes sintam que não podem continuar (com Leung no poder)".

Vários novos deputados que ganharam assento no Conselho Legislativo (LegCo) nas eleições de setembro e que apelam à autodeterminação e mesmo independência de Hong Kong boicotaram o evento.

Nathan Law, que aos 23 anos se tornou o mais jovem membro do LegCo, foi um dos ausentes.

"Enquanto eles não reconhecerem que o estão a fazer é errado, não devemos ir e celebrar este tipo de data", disse Law, apontando a Revolução Cultural e o caso dos desaparecimentos de cinco livreiros em Hong Kong no ano passado como algumas das violações de direitos humanos cometidas pela China.

Desde as manifestações pró-democracia e ocupação das ruas em 2014 uma nova vaga de grupos designados 'localists' aumentou os pedidos de rutura em relação à China.

A jovem deputada Yau Wai-ching, do grupo Youngspiration, também não participou no evento.

"Não é um dia nacional para os residentes de Hong Kong", disse à AFP.

Longas faixas vermelhas com mensagens a apelar à independência de Hong Kong foram penduradas em edifícios de várias universidades na cidade.

Um grupo de manifestantes, liderado pelo deputado radical Leung Kwok-hung, conhecido como "Long Hair" ("Cabelo Comprido"), reuniu-se fora do centro de convenções onde decorriam as celebrações e pediu a libertação de presos políticos na China.

Lusa, em Notícias ao Minuto

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