Díli, 26 nov (Lusa) - Timor-Leste
necessita de diversificar a economia e acelerar o crescimento da produtividade,
com mudanças estruturais em setores chave, se quer alcançar o objetivo de
crescimento médio de 7% do PIB até 2023, considera o Banco Mundial.
"O tipo de crescimento é
importante para a pobreza e a desigualdade. Neste contexto, as alterações
estruturais são fundamentais para assegurar que os ganhos económicos são
sustentados e resultam em benefícios", refere o relatório económico
semestral sobre Timor-Leste, divulgado hoje em Díli.
Na sua análise, o Banco Mundial
recorda que as trajetórias de desenvolvimento dos países do sudeste asiático
mostram que o progresso económico e social sustentado depende de "mudanças
estruturais significativas".
Melhorias setoriais em questões
como formação técnica, capital complementar, modernização tecnológica e
melhores práticas de gestão ajudam, considera o Banco Mundial, mas não são
suficientes para garantir um crescimento diversificado e inclusivo.
Analisando os setores económicos,
o estudo nota que a construção e serviços públicos têm sido os que mais
aumentaram de importância na última década, com o Valor Acrescentado Bruto
(VAB) a quase duplicar entre 2005 e 2015, para mais de três mil milhões de
dólares.
Apesar disso, o setor agrícola
continua a ser o maior empregador, ainda que a maioria dos trabalhadores ativos
estejam em agricultura de subsistência, evidenciando-se um aumento na força
laboral do setor público, explicou o economista Pedro Martins, do Banco
Mundial.
O facto de as "estruturas de
emprego estarem atrasadas relativamente às estruturas de produção" tem um
impacto "crítico" na distribuição de ganhos económicos.
"Uma composição de emprego
que muda lentamente está frequentemente associada a desigualdade de rendimento,
à medida que os ganhos económicos se acumularão para a minoria que tem acesso a
bons empregos", refere o Banco Mundial.
Apesar da mudança neste aspeto
"não ter sido lenta em Timor-Leste", a instituição considera
importante "criar oportunidades de emprego decente (no setor privado) nos
principais setores estratégicos".
O estudo nota que continua a
haver "grandes disparidades em termos de produtividade laboral" entre
os vários setores, com um aumento médio de produtividade de 60% na última
década para cerca de 4.500 dólares por trabalhador.
No caso da construção a
produtividade é particularmente elevada - 35 mil dólares por trabalhador -, muito
acima do setor seguinte, o comércio, onde a produtividade é de pouco mais de 10
mil dólares ou a agricultura, onde a produtividade ronda os 1.500 dólares.
Quase 70% dos trabalhadores
continuam na forma "mais vulnerável de emprego", o de agricultura e comércio
de subsistência, refere o estudo.
ASP // JLG
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