segunda-feira, 26 de novembro de 2018

Timor-Leste precisa de diversificar economia e melhorar produtividade -- Banco Mundial


Díli, 26 nov (Lusa) - Timor-Leste necessita de diversificar a economia e acelerar o crescimento da produtividade, com mudanças estruturais em setores chave, se quer alcançar o objetivo de crescimento médio de 7% do PIB até 2023, considera o Banco Mundial.

"O tipo de crescimento é importante para a pobreza e a desigualdade. Neste contexto, as alterações estruturais são fundamentais para assegurar que os ganhos económicos são sustentados e resultam em benefícios", refere o relatório económico semestral sobre Timor-Leste, divulgado hoje em Díli.

Na sua análise, o Banco Mundial recorda que as trajetórias de desenvolvimento dos países do sudeste asiático mostram que o progresso económico e social sustentado depende de "mudanças estruturais significativas".

Melhorias setoriais em questões como formação técnica, capital complementar, modernização tecnológica e melhores práticas de gestão ajudam, considera o Banco Mundial, mas não são suficientes para garantir um crescimento diversificado e inclusivo.

Analisando os setores económicos, o estudo nota que a construção e serviços públicos têm sido os que mais aumentaram de importância na última década, com o Valor Acrescentado Bruto (VAB) a quase duplicar entre 2005 e 2015, para mais de três mil milhões de dólares.

Apesar disso, o setor agrícola continua a ser o maior empregador, ainda que a maioria dos trabalhadores ativos estejam em agricultura de subsistência, evidenciando-se um aumento na força laboral do setor público, explicou o economista Pedro Martins, do Banco Mundial.

O facto de as "estruturas de emprego estarem atrasadas relativamente às estruturas de produção" tem um impacto "crítico" na distribuição de ganhos económicos.

"Uma composição de emprego que muda lentamente está frequentemente associada a desigualdade de rendimento, à medida que os ganhos económicos se acumularão para a minoria que tem acesso a bons empregos", refere o Banco Mundial.

Apesar da mudança neste aspeto "não ter sido lenta em Timor-Leste", a instituição considera importante "criar oportunidades de emprego decente (no setor privado) nos principais setores estratégicos".

O estudo nota que continua a haver "grandes disparidades em termos de produtividade laboral" entre os vários setores, com um aumento médio de produtividade de 60% na última década para cerca de 4.500 dólares por trabalhador.

No caso da construção a produtividade é particularmente elevada - 35 mil dólares por trabalhador -, muito acima do setor seguinte, o comércio, onde a produtividade é de pouco mais de 10 mil dólares ou a agricultura, onde a produtividade ronda os 1.500 dólares.

Quase 70% dos trabalhadores continuam na forma "mais vulnerável de emprego", o de agricultura e comércio de subsistência, refere o estudo.

ASP // JLG

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