Mais
um. A seguir a Alfredo Reinado e ao aparato que foi o seu assassinato, na
casa de José Ramos Horta, foi agora a vez de Mauk Moruk ser assassinado pelas
forças do regime timorense. Há anos, quando do assassinato de Alfredo Reinado,
foi tentado o assassinato de José Ramos Horta, que era então presidente da
República timorense, agora foi assassinado Mauk Moruk e o seu lugar-tenente, o
número dois, como é especificado no despacho da Lusa. Lusa que pôs sempre muito
pouco na escrita sobre Mauk Moruk. Talvez por a Lusa estar nas ex-colónias
portuguesas como agência diplomática que faz notícias à medida dessa função em
vez de seguir o cumprimento natural de Agência de notícias, formando e
informando. Coisas… Coisas que vão para além de os seus profissionais poderem
exercer a sua função profissional… Provavelmente até frequentaram um curso
sobre diplomacia… E estão nessa. Duro, para quem devia estar a cumprir a sua
profissão de jornalista. Eles é que sabem, eles são quem têm a carteira, eles,
provavelmente, são quem mais sofre por estarem condicionados a notícias com
conta, peso e medida.
Pergunte-se:
mas quem era Mauk Moruk? Pois. Boa pergunta. É que a Lusa, desde Timor-Leste,
sempre divulgou muito pouco, quase nada, sobre este ex-guerrilheiro que
regressou a Timor-Leste há relativamente pouco tempo para fazer cair o regime
de Xanana Gusmão. O Gusmão corrupto e desleal para com a revolução maubere. O
Gusmão que derrubou o governo eleito da Fretilin – quando era presidente da
República – para se fazer senhor e dono do país. O Gusmão, senhor e dono dos
destinos de Timor-Leste e dos timorenses que, com a falsidade e hipocrisia que
o caracteriza, dá voltas e reviravoltas mantendo-se no poder que dita os
destinos da nação da meia-ilha que é habitada por um povo excecional, que nunca
será bem divulgado nos canhenhos das penas ou teclados alfanuméricos que os
descrevem. Aliás, tentam descrevê-los. Isto porque só os timorenses, ao longo
dos anos, serão capazes de se descrever a eles próprios. Não um ou mais
estrangeiros que se proponham ser protagonistas da tarefa.
A
história dos timorenses e de Timor-Leste está por escrever. E assim continuará.
Até que um timorense, ou vários, tenham a capacidade de reunir o que já foi
escrito com verdade (pouco) e complete o que falta escrever, o que falta
transmitir sobre os grandes valores daquela gente que tem passado as passas do
Algarve, de Jakarta, de Camberra e de Washington. Um dia acontecerá. Pena que
eu não esteja então vivo… para ler, gostar e criticar (se fosse o caso). Certo
é que, então, levarei no coração o meu Timor-Leste. Irei feliz e agradecido por
ter convivido com um povo tão importante na história da humanidade. Isso é
coisa pessoal. Que aqui, agora, transmito por saber que a vida me escapa entre
os dias que me restam e não posso deixar de emitir neste Inverno último da vida
a sacralidade da minha admiração ao dizer: obrigado, meus queridos irmãos
timorenses, obrigado por me terem deixado conhecer-vos e ensinado a amar-vos. A
vós e a essa terra, mar e montanhas. A esse céu que talvez me convide a
habitá-lo quando chegar a minha hora. Obrigado.
Mauk...
E, a seguir, quem mais?
Mauk
Moruk tinha o destino traçado. Atreveu-se a meter-se com o regime de Xanana
Gusmão, da “Caixa”… Xanana disse, daquele opositor, que ele “era maluco”. A
páginas tantas, também o disse, há anos atrás, de Alfredo Reinado, seu
opositor. Antes seu colaborador no golpe de Estado que derrubou Mari Alkatiri e
o fez fechar-se em casa, rodeado de segurança privada e de confiança
(camaradas)… Não fosse o representante de Deus e do Diabo naquela meia-ilha
decidir “despachar” Alkatiri. Foi tentado com Taur Matan Ruak… Mas não
resultou, felizmente. Afinal, quer Alkatiri, quer Taur, já se esqueceram disso
tudo. Agora até partilham um pouquinho dos poderes em Timor-Leste. Pergunte-se :
quando é que os timorenses poderão ser donos dos seus próprios destinos? Quando
é que os corruptos, os ladrões, os assassinos, o representante Deus e do Diabo
ali (Xanana Gusmão) ocuparão o lugar natural de quem comete crimes de
lesa-Pátria? O julgamento, a condenação, a prisão. Quando?
Mauk
Moruk tinha o seu destino traçado ao meter-se com o Deus e Diabo timorense,
Xanana Gusmão. Não era maluco, mas era baralhado, sem uma estratégia traçada e
convenientemente divulgada. Merecedora de aprovação pelos timorenses. Moruk, em
dado passo, quando guerrilheiro pela libertação do país, traiu o seu país e o
seu povo, indo para o lado dos assassinos e ocupantes indonésios. Mas também
Xanana, de outro modo, o fez. Que se saiba, Xanana não diz dele próprio que é
maluco. Aliás, é tão são que continua a governar numa sombra que só não o vê
quem não quer ver. Nem por acaso tem no seu parceiro, agora ministro das
polícias e de muito mais que isso, Longuinhos Monteiro, o fiel servidor.
Servidor que contaminou e destruiu provas do assassinato de Alfredo Reinado e
do seu lugar-tenente, número dois… Isso são contas de outro rosário? Não. São
contas do mesmo rosário. O rosário manuseado por Xanana Gusmão.
Basta.
Chega. Paz a Mauk Moruk, o Maubere Tuba Rai Metin. Morreu a merecer o respeito
dos timorenses seus irmãos. Abanou Xanana e o seu poder. A tal ponto que ele
abdicou de ser primeiro-ministro oficial para passar a ser primeiro-ministro na
sombra, com a cumplicidade de Mari Alkatiri e de Taur Matan Ruak. Rui Araújo,
agora PM oficial, nem é para aqui chamado.
Não
matem, julguem e prendam. Os corruptos, os ladrões do povo timorense, Xanana
Gusmão e todos aqueles que devem o que falta ao povo anónimo mas muito amado
pelos que o admiram, que até o veneram, porque merece.
Leia-se
a Lusa, sobre o fim de Mauk Moruk. Quem se seguirá? Longa vida a Xanana Gusmão,
na prisão. Porque merece. Julguem-no e assim acontecerá, com justiça.
António
Veríssimo, Lisboa – Página Global
Líder
de grupo ilegal timorense morto por forças de segurança
Díli,
8 ago (Lusa) - O líder do Conselho da Revolução Maubere (CRM), Mauk Moruk, e o
seu número dois foram hoje mortos numa troca de tiros com efetivos das forças
de segurança timorenses que os perseguiam desde março, confirmou fonte
policial.
"Os
confrontos ocorreram cerca das 17:00 [09:00 de Lisboa] a sul de Baucau. Posso
confirmar que Mauk Moruk e o seu braço direto foram abatidos", disse à
agência Lusa fonte sénior da Polícia Nacional de Timor-Leste.
A
troca de tiros ocorreu próximo a uma zona onde na quarta-feira já tinha havido
confrontos entre apoiantes do Mauk Moruk, um dos quais morreu, e efetivos das
forças armadas e da polícia, dos quais dois ficaram feridos.
ASP
// PJA
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