Macau,
China, 03 nov (Lusa) -- Macau vai recuperar 350 milhões de patacas (cerca de 40
milhões de euros) do Reino Unido, fruto de bens ilícitos que Ao Man Long,
antigo secretário do Governo da região, condenado por corrupção, detinha no
país, foi hoje anunciado.
O
montante será restituído ao abrigo de um acordo, hoje assinado entre os
governos de Macau e do Reino Unido, que a secretária para a Administração e
Justiça da região chinesa, Sónia Chan, disse ser "reconhecido como um caso
exemplar de execução da Convenção das Nações Unidas contra a Corrupção em
matéria de recuperação de bens".
Ao
Man Long, ex-secretário para os Transportes e Obras Públicas, foi detido em
2006 e condenado a 29 anos de prisão por corrupção e branqueamento de capitais,
num processo que terminou em 2012, depois de três sentenças -- devido à sua
dimensão, o processo foi dividido. Desde então, Macau tem tentado recuperar os
bens que considera fruto desses atos de corrupção -- 440 milhões de patacas (50
milhões de euros) foram recuperados de bancos de Hong Kong, disse hoje a
secretária.
O
pedido de restituição de bens foi formalizado em 2010, mas, devido à
complexidade do acordo, só agora foi possível firmar a devolução dos 350
milhões de patacas, que já incluem o valor do apartamento que Ao Man Long
detinha no Reino Unido.
Segundo
Sónia Chan, neste momento "está praticamente tudo recuperado",
referindo-se aos bens do ex-dirigente no estrangeiro, que faziam parte do
confisco decretado pelo tribunal.
Para
assinar o acordo -- que só se aplica ao caso de Ao Man Long --, em
representação do Governo britânico, esteve a cônsul-geral britânica em Hong
Kong e Macau, Caroline Wilson, que sublinhou que "a recuperação de bens
serve o seu objetivo apenas se conseguirmos apontar para um impacto produtivo".
Reconhecendo
que a Macau cabe decidir o destino a dar a este montante, a diplomata indicou
que "vai haver grande interesse, nos dois países e além deles, em saber
como esta restituição funcionou para benefício das pessoas de Macau".
Quando
questionada, Sónia Chan não respondeu sobre o fim a dar aos 350 milhões
recuperados.
Sobre
a mulher de Ao Man Long, que se acredita viver no Reino Unido, Caroline Wilson
respondeu não ter "nenhuma informação".
Camila
Chan foi condenada no âmbito do mesmo processo e encontra-se fugida à Justiça,
sendo procurada pela Interpol.
ISG
// VM
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