3.500
PESSOAS EM REGIME DE ESCRAVATURA MODERNA EM TIMOR-LESTE
Lisboa,
31 mai (Lusa) - Brasil e Portugal são, entre os nove países lusófonos, os
Estados com menor percentagem estimada de "escravos modernos", com
uma estimativa de 0,078% (161.100 pessoas) e 0,123% (12.800) da população,
indica hoje o relatório da fundação australiana Walk Free.
Intitulado
Índice de Escravatura Global 2016, o relatório analisa 167 países do mundo,
entre eles oito dos nove lusófonos - São Tomé e Príncipe não foi reportado -,
em que Angola surge na tabela com a maior percentagem estimada de
"escravos modernos", com 0,638% da população (159.700 pessoas).
No
documento da fundação criada em 2012 pelo casal filantropo australiano Andrew e
Nicola Forrest, e pela filha de ambos, Grace, Portugal e Brasil trocam de
posições no ranking lusófono no que diz respeito aos países que mais têm feito
para combater o fenómeno, que afeta 45,8 milhões de pessoas em todo o mundo.
Neste
item, Portugal está na lista de 10 países com a segunda melhor cotação,
"BBB" - só a Holanda tem a cotação máxima "A" -, com o Brasil
a ser cotado com "BB", seguido por Moçambique ("B"), todos
muito à frente dos restantes Estados lusófonos - Angola e Guiné-Bissau (ambos
com "CC), Cabo Verde ("C") e a Guiné Equatorial ("D" -
igual aos piores da lista, como Eritreia, Irão e Coreia do Norte.
Sem
classificação ficaram Afeganistão, Iémen, Iraque, Líbia, Somália e Síria.
As
cotações variam entre o "AAA", a melhor (nenhum país a alcançou), e o
"D", a pior, intermediadas, de forma decrescente, pelas
"AA" (também não atribuída a qualquer país), "A",
"BBB", "BB", "B", "CCC",
"CC", "C" e "D".
Para
as calcular, a Fundação Walk Free baseou-se em cinco critérios da ação
governamental - "apoio a sobreviventes", "justiça
criminal", "coordenação e responsabilidade", "risco de
escravatura moderna" e "Governo e negócios".
No
Índice, entre os lusófonos, e depois de Angola, que ocupa a pior classificação
em termos percentuais (43.º lugar), segue-se a Guiné-Bissau (46.º, com uma
estimativa de 11.400 "escravos modernos", o que representa 0,620% da
população), Moçambique (66.º - 145.600 - 0,520%) e Cabo Verde (85.º - 2.400 -
0,453%).
A
Guiné Equatorial surge depois na 127.ª posição (2.500 "escravos
modernos" estimados, o que representa 0,295% da população), Timor-Leste
(130.ª - 3.500 - 0,286%), Portugal (147.ª - 12.800 - 0,123%) e finalmente
Brasil (151.ª - 161.100 - 0,078%).
Noutra
tabela, a fundação australiana calcula também o risco de vulnerabilidade à
"escravatura moderna", baseada em quatro critérios - "proteções
política e civil", "direitos sociais, de saúde e económicos",
"segurança pessoal" e "refugiados e conflitos" - todos de
zero (a melhor possível) a 100 (a pior) pontos.
Neste
quadro, Portugal é o melhor classificado entre os lusófonos, com uma média
pontual dos quatro critérios de 19,27 pontos, seguido pelo Brasil (33,77
pontos), Guiné Equatorial (31,16), Cabo Verde (36,34), Timor-Leste (39,13),
Angola (44,21), Moçambique (44,65) e Guiné-Bissau (48,82), numa lista liderada
pela Dinamarca (17,30 pontos) e fechada pela RDCongo (70,00).
No
número absoluto de pessoas consideradas como integrantes da "escravatura
moderna", a Índia (18,3 milhões de indivíduos estimados), China (3,4
milhões) Paquistão (2,1 milhões) Bangladesh (1,5 milhões), Uzbequistão (1,2
milhões), Coreia do Norte (1,1 milhões) e Rússia (1,04 milhões) são os sete
países acima do milhão de "escravos", embora tal resulte do facto de
serem dos países mais populosos do mundo.
No
lado oposto, Luxemburgo (100 pessoas), Islândia (400), Barbados (600), Nova
Zelândia (800), Irlanda (800) e Noruega (900) são os países com menor
estimativa de casos de escravatura moderna.
JSD
// PJA – Subtítulo TA
Sem comentários:
Enviar um comentário