Só
na terça-feira é que devem ser conhecidos os resultados finais.
A Coligação do
primeiro-ministro Malcolm Turnbull está à frente, mas ainda não é certo que
consiga repetir a maioria absoluta.
A
Austrália pode estar prestes a caminhar para um impasse político, depois de as
eleições gerais deste sábado terem apresentado resultados demasiado renhidos
para que pudesse ser declarado um vencedor claro, após mais de três quartos dos
votos estarem contados.
No
parlamento australiano, é preciso conseguir 76 deputados para atingir uma
maioria absoluta. Para já, sabe-se que a Coligação (que junta o Partido
Liberal, o Partido Liberal-Nacional e o Partido Nacional), liderada pelo atual
primeiro-ministro, Malcolm Turnbull, tem o maior número de deputados, ao chegar
aos 69. Do outro lado, está o Partido Trabalhista, de Bill Shorten, que para já
fica com 65 deputados. Além disso, sobram cinco assentos parlamentares para
quatro partidos de dimensão reduzida. E ainda falta apurar o destino de outros
11. E vai ser precisamente quando estes últimos forem apurados — só na
terça-feira é que o resultado final será conhecido — que Turnbull pode ou não
respirar de alívio.
Independentemente
daquele que venha a ser o resultado final, uma coisa é certa: a Coligação, de
Turnbull, vai agora ficar aquém dos resultados conseguiu em 2013. Nas eleições
desse ano, sob a liderança de Tony Abbott, conseguiu chegar aos 90 deputados.
Ainda
assim, Turnbull deu sinais de confiança no seu discurso final desta noite
eleitoral. “Baseando-me nos conselhos que recebi da minha equipa dentro do
partido, estou confiante de que haverá um Governo de maioria”, afiançou.
Também
houve espaço no discurso do primeiro-ministro australiano para este se referir
à polémica da campanha. Perto do fim da campanha, várias pessoas receberam
mensagens de texto nos seus telemóveis assinadas pelo Medicare (equivalente ao
português Sistema Nacional de Saúde) onde se podia ler um apelo a que não
votassem em Turnbull. “O plano do Sr. Turnbull para privatizar o Medicare vai
lançar-nos numa estrada sem volta. O tempo para salvar o Medicare está a
acabar”, lia-se nessas mensagens. Sobre esta ocorrência, Turnbull disse “a
polícia irá certamente investigá-la”. E dirigiu a palavra ao partido rival: “O
Partido Trabalhista foi responsável por algumas das mentiras mais bem
sistematizadas e financiadas de sempre na política australiana”.
De
acordo com o que já se sabe sobre os resultados eleitorais, a dinâmica
parlamentar que o próximo parlamento poderá ter não deixa dúvidas para
Turnbull, que disse que “o Partido Trabalhista não vai ter capacidade neste
parlamento para formar um Governo de maioria e estável, isso é um facto”.
João
de Almeida Dias - Observador
Sem comentários:
Enviar um comentário