Vários
membros do Governo timorense, incluindo o primeiro-ministro, suspenderam
temporariamente as suas funções para poderem acompanhar as campanhas dos seus
respetivos partidos, mas a governação "continua a ser garantida",
disse à Lusa o chefe do Governo interino.
"Tudo
está a decorrer com normalidade, tal como previsto na lei. O direito de
campanha é um direito de todos mas também é um dever. E os membros do Governo,
incluindo o senhor primeiro-ministro, consideram importante ajudar a informar o
eleitorado", disse à Lusa Agio Pereira, primeiro-ministro interino.
"Todos
querem usar o tempo para providenciar informação aos eleitores para poderem
decidir de forma ajuizada e informada em que vão votar", explicou.
Além
do primeiro-ministro, Rui Maria de Araújo (Fretilin), estão ativos nas
campanhas e com funções suspensas vários membros do executivo, incluindo o
ministro de Estado, Coordenador dos Assuntos Sociais e Ministro da Educação,
António da Conceição (PD), o ministro de Estado, Coordenador dos Assuntos
Económicos e Ministro da Agricultura e Pescas, Estanislau da Silva (Fretilin),
e o ministro de Estado, Coordenador dos Assuntos da Administração do Estado e
da Justiça e Ministro da Administração Estatal, Dionisio Babo (CNRT).
Pediram
ainda suspensão temporária de funções, entre outros, o ministro dos Negócios
Estrangeiros e Cooperação, Hernâni Coelho e o vice-ministro do Comércio,
Indústria e Ambiente, Constâncio Pinto (PD).
Recorde-se
que o VI Governo constitucional é composto por membros de vários partidos
políticos sendo liderado por um membro do Comité Central da Fretilin, Rui
Araújo, ainda que o partido maioritário seja o Congresso Nacional da
Reconstrução Timorense (CNRT) de Xanana Gusmão, que abandonou o cargo em
janeiro de 2015, ocupando agora as funções de ministro do Planeamento e
Investimento Estratégico.
A
lei prevê que membros do Governo que estejam nas listas partidárias candidatas
às eleições parlamentares, marcadas para 22 de julho, possam tirar licenças com
vencimento durante a campanha.
Outros
que não façam parte das listas recorrem a licenças sem vencimento ou gozam dias
de férias, procurando garantir que o dia-a-dia da governação "é sempre
mantido", explicou Agio Pereira.
Caso
seja necessário e em qualquer momento para aprovar “legislação crucial",
por exemplo, os membros do Governo podem retomar funções sendo que,
formalmente, o Governo entra em gestão no dia das eleições.
Agio
Pereira saudou o facto de a campanha estar a decorrer "com total
normalidade" destacando o facto de ser a primeira vez que Timor-Leste
"faz uma campanha legislativa sem presença de qualquer missão da
ONU", que terminou a sua presença em dezembro de 2012.
"Isto
para nós é motivo de grande orgulho. Podemos assegurar que tudo vai correr bem,
e que sabemos, podemos e devemos vencer, citando o nosso primeiro Presidente,
Nicolau Lobato", disse.
"Todos
os partidos têm consciência de que temos que demonstrar ao mundo, inclusive aos
nossos irmãos na CPLP que estamos bem, a guiar o processo democrático com brio
patriótico e que tudo vai correr bem", disse.
O
primeiro-ministro interino mostrou-se convicto de que os resultados "serão
respeitados por todos" e que a eleição "assegurará a consolidação da
independência e soberania" do país.
Um
total de 20 partidos e uma coligação estão em campanha desde terça-feira para
as eleições de 22 de julho em que os 764.858 eleitores do país poderão escolher
os 65 membros do Parlamento Nacional.
SAPO
TL com Lusa
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