Confrontado
com uma crise humanitária sem precedentes, o embaixador em Portugal pede ao
governo de Lisboa e aos portugueses que ajudem a resolver o problema dos
Rohingya.
O
Bangladesh está a receber de braços abertos os refugiados Rohinga que chegam
aos milhares ao país. Desde 25 de Agosto mais de 400 mil pessoas fugiram da
violência em Myanmar e juntaram-se às 400 mil que já viviam no Bangladesh.
O
embaixador em Lisboa, Ruhul Siddique, reconhece que o peso para o Bangladesh é
muito grande. "É um grande desafio porque não se trata apenas de
alimentá-los, temos de garantir abrigo, cuidados médicos e outros apoios. Se
não ajudarmos as pessoas doentes, os recém-nascidos e os idosos não poderão
sobreviver".
A
primeira ministra do Bangladesh disse esta semana que um país que alimenta 160
milhões pode alimentar mais 600 ou 700 mil.
Ouvido
pela TSF, o representante do país em Portugal afirma que a população já passou
pelo mesmo em 1971, quando quase 10 milhões de pessoas tiveram de fugir para a
Índia. Foi durante a guerra da independência e serviu para que os habitantes do
Bangladesh se tornassem muito solidários.
O
Bangladesh pede agora à comunidade internacional para pressionar as autoridades
de Myanmar para que aceitem de volta os refugiados. Para que esse regresso
possa acontecer, Ruhul Siddique defende que as Nações Unidas podem assumir um
papel determinante através de uma missão de paz ou de uma comissão que
monitorize a violência no estado de Rakhine.
Se
a crise não acabar a médio prazo, o Bangladesh admite criar um espaço onde
possa colocar todos os Rohingya do país. O embaixador defende que há um
problema de segurança que é preciso acautelar e por isso as autoridades querem
estar atentas às atividades desta minoria étnica.
Margarida
Serra | TSF | Foto: Danish Siddiqui/Reuters
Sem comentários:
Enviar um comentário