sexta-feira, 22 de setembro de 2017

ROHINGYA | Bangladesh pede ajuda a Portugal e aos portugueses

Confrontado com uma crise humanitária sem precedentes, o embaixador em Portugal pede ao governo de Lisboa e aos portugueses que ajudem a resolver o problema dos Rohingya.

O Bangladesh está a receber de braços abertos os refugiados Rohinga que chegam aos milhares ao país. Desde 25 de Agosto mais de 400 mil pessoas fugiram da violência em Myanmar e juntaram-se às 400 mil que já viviam no Bangladesh.

O embaixador em Lisboa, Ruhul Siddique, reconhece que o peso para o Bangladesh é muito grande. "É um grande desafio porque não se trata apenas de alimentá-los, temos de garantir abrigo, cuidados médicos e outros apoios. Se não ajudarmos as pessoas doentes, os recém-nascidos e os idosos não poderão sobreviver".

A primeira ministra do Bangladesh disse esta semana que um país que alimenta 160 milhões pode alimentar mais 600 ou 700 mil.


Ouvido pela TSF, o representante do país em Portugal afirma que a população já passou pelo mesmo em 1971, quando quase 10 milhões de pessoas tiveram de fugir para a Índia. Foi durante a guerra da independência e serviu para que os habitantes do Bangladesh se tornassem muito solidários.

O Bangladesh pede agora à comunidade internacional para pressionar as autoridades de Myanmar para que aceitem de volta os refugiados. Para que esse regresso possa acontecer, Ruhul Siddique defende que as Nações Unidas podem assumir um papel determinante através de uma missão de paz ou de uma comissão que monitorize a violência no estado de Rakhine.

Se a crise não acabar a médio prazo, o Bangladesh admite criar um espaço onde possa colocar todos os Rohingya do país. O embaixador defende que há um problema de segurança que é preciso acautelar e por isso as autoridades querem estar atentas às atividades desta minoria étnica.

Margarida Serra | TSF | Foto: Danish Siddiqui/Reuters

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