Banguecoque,
13 out (Lusa) -- Facilitar a migração melhoraria a economia da Associação de
Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) e a proteção dos trabalhadores migrantes na
região, defendeu hoje o Banco Mundial num relatório intitulado "Migrando
rumo à oportunidade".
"Em
geral, os procedimentos de migração na ASEAN permanecem restritivos",
indicou em comunicado o Banco Mundial, elencando como barreiras os
"processos de recrutamento longos e dispendiosos" e as
"restritivas quotas no número de trabalhadores estrangeiros
permitidos" em cada país.
Além
disso, segundo a instituição mundial, as "rígidas políticas de
emprego" restringem as opções e a proteção social dos trabalhadores
imigrantes.
No
relatório, o Banco Mundial refere, por exemplo, que o aumento de 10% dos
trabalhadores de baixa qualificação elevaria o Produto Interno Bruto (PIB) da
Malásia em 1,1%.
A
economia da Tailândia, por seu turno, cairia 0,75% sem imigrantes no seu
mercado laboral.
A
maioria dos mais de 6,5 milhões de trabalhadores migrantes na ASEAN, na sua
maioria pouco qualificados e, por vezes, indocumentados, trabalha no setor da
construção, nas plantações ou como empregados domésticos.
No
mesmo documento, o Banco Mundial reconhece os passos dados pela Comunidade
Económica da ASEAN para facilitar a mobilidade, mas observa que a regulação se
cinge a profissionais qualificados -- incluindo médicos ou engenheiros --, que
apenas representam 5% do mercado de trabalho do bloco regional.
"Com
a escolha adequada de políticas, os países de origem podem aumentar os seus
benefícios económicos enquanto protegem os direitos dos seus cidadãos que
decidem emigrar para trabalhar", afirmou Sudhir Shetty, economista-chefe
para a Ásia Oriental e Pacífico do Banco Mundial.
Sudhir
Shetty sustenta, por outro lado, que os países de acolhimento podem ocupar os
postos de trabalho vagos e elevar o seu PIB com políticas adequadas.
"Políticas
desadequadas e instituições ineficazes significam que a região está a perder
oportunidades com a imigração", apontou.
O
relatório propõe, entre outras medidas, a simplificação do processo de
emigração em países como Laos, Camboja ou Birmânia, assim como a regulação dos
trabalhadores imigrantes irregulares na Tailândia.
Malásia,
Singapura e Tailândia contam com 6,5 milhões de trabalhadores imigrantes, o
equivalente a 96% da ASEAN, de acordo com o Banco Mundial.
Em
2015, os imigrantes da região enviaram remessas para os seus países de origem
avaliadas em 62.000 milhões de dólares (52,6 milhões de euros).
Olhando
em termos de países, as remessas representaram 10% do PIB das Filipinas, 7% do
do Vietname, 5% do da Birmânia e 3% do do Camboja.
DM
// FPA
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