O ministro da Defesa e Segurança
timorense afirmou hoje que o Governo não interfere na justiça e nada teve a ver
com a rusga levada a cabo pelas autoridades policiais à empresa e casa da filha
do ex-Presidente Xanana Gusmão.
osé Somotxo disse aos jornalistas
que a rusga, efetuada por equipas do serviço de investigação criminal da
Polícia Nacional de Timor-Leste (PNTL), na quinta-feira, esteve relacionada com
um mandado de busca e apreensão emitido pelas autoridades judiciais.
O ministro explicou, em
conferência de imprensa, que o caso tinha a ver com impostos relativos aos anos
entre 2013 e 2018, no âmbito de uma investigação do Ministério Público à
empresa de Zenilda Gusmão.
"Digo ao público que o
Governo não tem qualquer intenção política de fazer qualquer perseguição a essa
família", disse Somotxo, reagindo a comentários nesse sentido feitos nas
redes sociais, incluindo pelo companheiro de Zenilda Gusmão, Pedro Belo, que é
comandante distrital da PNTL.
Pedro Belo considerou na página
pessoal da rede social Facebook a operação de busca à sua casa "injusta e
sem fundamento".
"Será que só foi feita
porque tem o apelido Gusmão, porque é filha de Xanana Gusmão? Não se pode ter o
direito a viver bem", questionou.
Alguns dos comentários nas redes
sociais tentam relacionar a busca com o atual momento de crise política em
Timor-Leste, nomeadamente com a tensão entre a coligação do Governo, liderado
pela Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin) e a aliança
da oposição liderada pelo Congresso Nacional da Reconstrução Timorense (CNRT),
presidido por Xanana Gusmão.
Somotxo garantiu que o Governo
não interfere no trabalho da justiça e que a polícia atuou com base num mandado
do Ministério Público, que está a investigar a situação fiscal da empresa de
Zenilda Gusmão.
Em declarações à Lusa, o
comandante da PNTL, Julio Hornay, escusou-se a tecer comentários sobre o caso,
remetendo mais detalhes para o Ministério Público, confirmando apenas que a
operação foi conduzida pela unidade de investigação criminal.
Esta unidade efetuou, na tarde de
quinta-feira, buscas a negócios e à casa da filha do antigo Presidente
timorense Xanana Gusmão, em Díli, disseram à Lusa fontes policiais.
"Tratou-se da execução de um
mandado judicial no âmbito de uma investigação do Ministério Público
timorense", explicou a fonte, escusando-se a avançar mais pormenores sobre
o processo.
A mesma fonte explicou que
agentes policiais deslocaram-se primeiro a dois locais da empresa da filha de
Xanana Gusmão, em Díli, e, algumas horas depois, à sua casa privada.
A Lusa tentou, sem êxito, falar
com Zenilda Gusmão.
Lusa iha SAPO TL
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