Macau, China, 01 mai 2019 (Lusa)
- O chefe do Executivo de Macau afirmou hoje ter "plena confiança" de
que Portugal se vai tornar "no eixo europeu" da iniciativa chinesa
"Uma Faixa, Uma Rota".
Fernando Chui Sai On falava no
jantar em honra do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, no âmbito
da deslocação ao território, etapa final da visita de Estado à China.
"Macau é um importante
interveniente na iniciativa 'Uma Faixa, Uma Rota' e, por isso, o Governo da
Região Administrativa Especial está preparado para envidar os maiores esforços
no exercício pleno do seu papel de plataforma sino-lusófona e ainda no Fórum
para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua
Portuguesa (Fórum Macau)", declarou o chefe do Executivo, de acordo com um
comunicado oficial.
A iniciativa chinesa "Uma
Faixa, Uma Rota", lançada em 2013, inclui uma malha ferroviária e autoestradas
a ligar a região oeste do país à Europa e ao oceano Índico, cruzando a Rússia e
a Ásia Central, e uma rede de portos em África e no Mediterrâneo, que
reforçarão as ligações marítimas das prósperas cidades do litoral chinês.
Pelo caminho, estão a ser
erguidos aeroportos, centrais elétricas e zonas de comércio livre, visando
dinamizar o comércio e indústria em regiões pouco integradas na economia
global.
Chui Sai On indicou que Macau
pretende também promover "o desenvolvimento e a cooperação em áreas como a
economia, a ciência, tecnologia e inovação", acrescentou.
Sobre a Comissão Mista
Macau-Portugal, estabelecida no âmbito da criação de mecanismos de cooperação
bilateral, Chui Sai On afirmou que foram realizadas cinco reuniões, desde a
primeira, em 2011. Nestes encontros "foram discutidos e acordados muitos
assuntos importantes", de reforço do trabalho conjunto e, ao mesmo tempo,
de demonstração das "relações próximas e amistosas" existentes entre
os dois governos.
A sexta reunião da Comissão Mista
vai decorrer em Portugal, em meados do corrente mês, por ocasião da visita de
Chui Sai On ao país.
Para o Presidente da República, a
visita a Macau é "a prova inequívoca da amizade e da cooperação"
entre Portugal e Macau, tendo manifestado esperança no desenvolvimento da
cooperação em domínios como a língua portuguesa, o comércio, o investimento o
turismo, o ensino superior, a ciência e a tecnologia, bem como no reforço da
posição do território enquanto plataforma "essencial no relacionamento"
com os países lusófonos.
As relações de Portugal e Macau
são "antigas, intensas e inequívocas", disse o chefe de Estado
português, acrescentando desejar que "o futuro permita que a relação"
entre ambos "seja cada vez mais próxima".
Em Macau, Marcelo Rebelo de Sousa
visitou a Santa Casa da Misericórdia, que assinala este mês os 450 anos de
existência, e percorreu a pé as ruas do centro da cidade, entre a praça do Leal
Senado e as Ruínas de São Paulo, um conjunto formado pela fachada da Igreja da
Madre de Deus e as ruínas do antigo Colégio de São Paulo, duas construções
jesuítas destruídas por um incêndio, em 1835.
Depois de um encontro com a
comunidade portuguesa, o Presidente da República marcou presença na Escola
Portuguesa de Macau, seguindo-se o Instituto Português do Oriente (IPOR) e uma
visita ao Consulado-geral de Portugal em Macau.
O território assinala, em 20 de
dezembro próximo, a constituição da Região Administrativa Especial de Macau
(RAEM), na sequência da transferência da administração de Portugal para a
China.
EJ // MAG
Sem comentários:
Enviar um comentário