Jacarta,
24 mai (Lusa) -- A Indonésia iniciou operações de busca e salvamento para
barcos que transportam migrantes retidos oriundos do Bangladesh e da Birmânia,
revelou um funcionário governamental, mostrando que Jacarta deixou cair a
política de linha dura de recusar-lhes ajuda.
As
autoridades de Jacarta provocaram indignação internacional por recusar qualquer
ajuda a embarcações cheias de migrantes desesperados.
Juntamente
com a vizinha Malásia, o governo indonésio mudou a abordagem ao problema na
quarta-feira com o anúncio de que ambos os governos passariam a aceitar os
migrantes desde que ficasse clarificado que essas pessoas seriam repatriadas no
prazo máximo de um ano.
Enquanto
os pescadores indonésios têm ajudado centenas de migrantes oriundos da Birmânia
e do Bangladesh que dão à costa, até ao momento as autoridades indonésias ainda
não fizeram qualquer resgate de socorro.
No
entanto, quatro navios de guerra e um avião de patrulha estão já em operação de
busca marítima que começou sexta-feira, referiu à AFP o porta-voz militar
indonésio Fuad Basya.
"Recebemos
oficialmente uma ordem do Presidente (Joko Widodo) para realizar operações de
busca e salvamento, seja no território indonésio ou em águas
internacionais", afirmou o porta-voz militar. "Vamos salvar os
migrantes e levá-los para a praia", disse, acrescentando que desde sábado
à noite, não foram avistados barcos novos. O governo da Malásia anunciou
quinta-feira que a sua marinha e guarda costeira seriam mobilizados para as
operações de busca, mas até agora não comunicou quaisquer resgates que tenham
sido realizados.
Mais
de 3.500 migrantes nadaram até a costa ou foram resgatados ao largo das costas
da Malásia, Indonésia, Tailândia e Bangladesh desde que a crise eclodiu no
início deste mês.
A
Malásia e a Indonésia acordaram acolher os milhares de imigrantes que
permanecem em barcos no golfo de Bengala e no mar de Andamão desde que a
comunidade internacional os ajude a repatriar ou a mudar de país dentro de um
ano.
A
maior parte daqueles imigrantes são do povo rohingya, uma minoria muçulmana
perseguida na Birmânia, que não os reconhece como cidadãos e de onde zarpam
muitos dos barcos que operam para as redes de tráfico de pessoas.
JPF
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