Macau,
China, 05 jun (Lusa) -- O presidente da Associação de Engenharia e Construção
de Macau, Tang Hon Cheong, defendeu hoje que as parceiras com empresas chinesas
e portuguesas são uma mais-valia para facilitar o desenvolvimento de projetos
nos países lusófonos.
"Há
empresas chinesas estabelecidas em Macau há anos (...) e mesmo empresas
portuguesas -- porque Macau é a plataforma entre a China e os Países de Língua
Portuguesa --, temos boas redes de contactos, de escritórios de advogados e de
empresas de importação e exportação, por isso há a possibilidade de parcerias
com grandes empresas chinesas para atacar o mercado nos países de língua
portuguesa", afirmou.
Tang
Hon Cheong falava no encerramento do 6.º Fórum Internacional sobre o
Investimento e Construção de Infraestruturas, no âmbito do qual decorreu o
Encontro Ministerial sobre Infraestruturas entre a China e os Países de Língua
Portuguesa.
Durante
os dois dias do fórum foram assinados acordos de empresas chinesas e de Macau
para a construção de habitação e pavimentação de estradas em Moçambique.
"As
empresas privadas de Macau não conseguem participar nestes projetos de grande
dimensão no estrangeiro, por uma questão de dimensão, mas em Macau também há
grandes empresas chinesas, que têm as suas conexões, e penso que se nos
juntarmos a estas, e em parceria com as portuguesas, vamos conseguir bons
resultados", disse.
Por
outro lado, sugeriu que o Governo pode impulsionar a entrada das empresas de
Macau no mercado internacional. "Estou a lembrar-me da reserva financeira
do Governo local. Se o Executivo pudesse, pelo menos, dar iniciativa aos
empresários através de apoio financeiro, acho que estaríamos numa boa posição
para entrar no mercado de infraestruturas internacional", acrescentou.
Já
o cônsul de Portugal em Macau e Hong Kong, Vítor Sereno, que participou no
Encontro Ministerial sobre Infraestruturas entre a China e os Países de Língua
Portuguesa, considerou que "há um grande potencial a explorar",
nomeadamente através "do Fórum Macau, via plataforma, acompanhando a
República Popular da China".
"O
ordenamento jurídico de cada um destes países de língua portuguesa é muito
parecido, é de matriz portuguesa. Acho que Portugal tem aí um papel
fundamental", acrescentou.
Além
disso destacou a participação no fórum da recém-criada Infraestruturas de
Portugal: "É uma empresa pública que resulta da fusão da Estradas de
Portugal com a REFER, detentora de um 'know-how' extraordinário, quer na gestão
dos caminhos-de-ferro, quer nas estradas, e que pode ter aqui um papel muito
importante de acompanhamento da República Popular da China nos Países de Língua
Portuguesa".
Segundo
a organização, o 6.º Fórum Internacional sobre o Investimento e Construção de
Infraestruturas terminou com a assinatura de cerca de 120 acordos para projetos
que envolvem 2,5 mil milhões de dólares (2,2 mil milhões de euros).
O
fórum contou com a presença de mais de 1.000 participantes de 15 países e
territórios, incluindo da América Latina e Caraíbas, e também dos países de
língua portuguesa.
A
próxima edição vai decorrer nos dias 02 e 03 de junho de 2016.
FV
// EL
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