Pequim,
06 set (Lusa) - Até 1950 a sociedade tibetana viveu em "servidão feudal,
numa teocracia muito distante da civilização moderna", refere a China num
Livro Branco sobre o Tibete, publicado hoje, no qual frisa que a região
atravessa uma "Era Dourada".
No
documento, elaborado pelo Gabinete de Informação do Conselho de Estado, é
referido que desde 1965 a economia do Tibete cresceu 281 vezes, para 13 mil
milhões de euros.
O
rendimento anual per capita entre a população urbana e a população rural
cresceu em média mais de 10% ao ano, para 22,016 yuan (3.100 euros) e 7,359
yuan (1.038 euros), respetivamente, mas em ambos os casos continua abaixo da
média do país.
O
Tibete, a região menos populosa da China, com apenas cerca de três milhões de
habitantes, é a única província do país a usufruir de um sistema de ensino
inteiramente gratuito, refere o documento.
É
também uma das mais vulneráveis ao separatismo, com os locais a argumentarem
que a região foi durante muito tempo independente, até à sua ocupação pelas tropas
chinesas em 1951.
Por
outro lado, Pequim considera que a região, que tem uma área equivalente ao
dobro da Península Ibérica é, desde há séculos, parte do território chinês.
Num
outro documento sobre o Tibete publicado este ano, as autoridades chinesas
referem que um "alto nível de autonomia para a região não está em
discussão".
O
líder político e espiritual dos tibetanos, o Dalai Lama, que Pequim acusa de
ter "uma postura separatista", vive exilado na vizinha Índia, na
sequência de uma frustrada rebelião contra a administração chinesa em 1959.
Seguidores
do Dalai Lama, que em 1989 foi galardoado com o Prémio Nobel da Paz, acusam
Pequim de tentar destruir a identidade religiosa e cultural do Tibete.
O
Tibete antigo era uma região "atrasada e mergulhada na escuridão",
onde "os servos viviam cruelmente oprimidos e sem liberdade pessoal ou
direitos fundamentais", lê-se no documento hoje publicado.
A
Região Autónoma do Tibete celebra este mês 50 anos desde o seu estabelecimento.
JOYP
// FV.
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