Lifau,
Timor-Leste, 06 nov (Lusa) - Uma caravela de 8,5 toneladas em bronze, fabricada
em Oliveira do Douro, Vila Nova de Gaia, é o elemento central do novo monumento
que marca, na praia de Lifau, a chegada dos portugueses a Timor-Leste, há 500
anos.
A
obra, da autoria da Fundição Lage, foi comissionada pelo Ministério do Turismo
timorense e vai ser inaugurada no próximo dia 27 de novembro, estando colocada
ao lado do padrão que, durante décadas, marcou o local onde chegaram os
primeiros portugueses à Ilha.
"É
importante para nos lembrar que foram os portugueses que descobriram esta terra
há 500 anos. Estamos a preparar-nos para celebrar a chegada dos portugueses,
principalmente os padres católicos. Se não fosse o descobrimento daquela altura
não sabemos onde estaríamos", disse à Lusa o ministro do Turismo
timorense, Francisco Kalbuadi.
Kalbuadi,
que recordou que "há centenas de anos" que não chegava uma caravela a
Timor, disse que o facto de a obra ter sido feita à mão "dá ainda maior
sentido" ao projeto.
Agora
falta concluir o resto do complexo do monumento, que inclui pelo menos duas
estruturas adicionais, caminhos, zonas de água e jardins.
"Vou
ficar cá ate 28 de novembro e vamos tentar tudo o possível (para ter tudo
pronto). Não digo 100 por cento. Mas vamos tentar para inaugurar", disse
ainda.
O
monumento foi hoje visitado pelo primeiro-ministro timorense, Rui Maria de
Araújo acompanhado do responsável da autoridade regional do enclave de Oecusse,
Mari Alkatiri, menos de um mês antes de ser inaugurada.
Instalada
numa operação complicada na quinta-feira, a caravela, que é acompanhada de oito
figuras também em bronze - o navegador, o padre, o porta-estandarte, dois
marinheiros e três timorenses - está no centro de um círculo que domina o novo
monumento, ainda em construção.
"Em
conjunto todos os componentes da obra pesam cerca de 10 toneladas. É metade de
uma caravela original. Pesa cerca de 8 toneladas e meia, só a caravela, e no
total cerca de 10 toneladas. Tem 13 metros de comprimento, uma altura de 4,3 metros
e uma largura de cerca de 3,2 metros", disse à Lusa Fernando Lage,
responsável da fundição.
"Tem
uma estrutura interior e a única estrutura que não é em bronze são as
velas", comentou Lage, que veio a Timor para supervisionar a instalação da
caravela.
Em
declarações à Lusa, recordou a ideia por trás do monumento que, considera, vai
ser chamariz para a região.
"Começou
com a ideia de celebrar a chegada dos portugueses a Timor-Leste. Pensou
fazer-se uma caravela toda construída em bronze, mas como se construída em
madeira, com cada tabua construída e depois montada peça a peça",
explicou.
"Temos
o descobridor, o padre, o porta-estandarte e os timorenses que os receberam.
Sabemos que há 500 anos não era exatamente assim mas tentamos embelezar um
pouco. Penso que foi conseguido", disse ainda.
Esta
foi a segunda obra da Fundição Lage para Timor-Leste, depois da estátua do Papa
João Paulo II que está na zona de Taci Tolo, a oeste de Díli.
"Esta
foi um desafio maior porque é uma peça que, penso, no mundo inteiro não há nem
parecido. Penso que para Timor-Leste vai ser um bom ponto de atração",
disse.
ASP
// APN
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