Macau,
China, 03 fev (Lusa) -- O presidente da Associação Promotora da Instrução dos
Macaenses (APIM), Miguel Senna Fernandes, disse hoje que é importante saber
qual é a sensibilidade do novo Governo de Portugal em relação à Escola
Portuguesa de Macau.
Em
janeiro, os deputados do PSD eleitos pelo círculo de fora da Europa, José
Cesário e Carlos Páscoa Gonçalves, entregaram uma pergunta na Assembleia da
República na qual questionaram o Ministério da Educação sobre se prevê alterar
a organização e plano curricular da Escola Portuguesa de Macau (EPM), que
consideraram ser "um referencial de qualidade no ensino da língua e
divulgação da cultura" portuguesas.
Hoje,
Senna Fernandes, que falava aos jornalistas à margem da primeira visita de um
dirigente do Gabinete de Ligação do Governo Central chinês em Macau à Escola
Portuguesa de Macau, afirmou que esta é "uma questão legítima".
"Naturalmente,
haverá outras escolas portuguesas espalhadas pelo mundo, mas obviamente nós
batemo-nos por uma causa que é a Escola Portuguesa de Macau. (...) É
importante, é necessário também, saber, afinal de contas, o que é que se
espera: se haverá alguma coisa [nova] ou se se mantém tudo na mesma em relação
à EPM", disse.
O
presidente da APIM acrescentou que a associação, que faz parte da administração
da EPM, juntamente com o Estado Português, não estabeleceu qualquer contacto
com o Ministério da Educação de Portugal.
Senna
Fernandes disse também que "não está à espera de nada", mas que tem
"todo o interesse em saber que tipo de sensibilidade terá o novo ministro
da Educação em relação à EPM, se haverá alguma modificação na visão sobre a
EPM".
"Se
não houver nada de novo, então ótimo, melhor ainda", adiantou.
De
acordo com os novos estatutos da Fundação da Escola Portuguesa de Macau, publicados
hoje em Boletim Oficial, a Fundação Oriente sai da administração, passando a
mesma a ser exercida por duas entidades: uma de Macau (a APIM) e outra de
Portugal (Ministério da Educação).
O
conselho de administração é composto por cinco elementos: três designados pelo
Estado Português, através do Ministério da Educação, um dos quais com a
qualidade de presidente; um designado pela APIM, com a qualidade de
vice-presidente e um quinto escolhido por "mútuo acordo dos demais membros
do conselho de administração", segundo os novos estatutos hoje publicados.
Em
declarações à Rádio Macau, José Luís Sales Marques, membro do conselho de
administração, disse que estão previstas alterações na Fundação Escola
Portuguesa de Macau (EPM).
"Neste
momento, a fundação tem um presidente, que é Roberto Carneiro. É provável que,
na sequência destes novos estatutos, venha a haver uma atualização da própria
direção da Fundação. Haverá uma nova direção, não sei exatamente quando, mas é
previsível que isso venha a acontecer, até resultante dessa nova
composição", afirmou.
FV
(JH) // VM
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