terça-feira, 8 de março de 2016

Ban Ki-moon pede ao seu enviado para relançar negociações sobre Saara Ocidental


O secretário-geral da ONU anunciou hoje em Argel ter pedido ao seu enviado para o Saara Ocidental para retomar as suas visitas à região no sentido de relançar as negociações entre Marrocos e a Frente Polisário.

Rabat e o movimento independentista Polisário disputam há 40 anos a antiga colónia espanhola e "não avançaram nas negociações que deverão conduzir a uma solução justa e aceitável com base na autodeterminação do povo do Saara Ocidental", disse Ban Ki-moon numa conferência de imprensa.

O enviado especial da ONU para o Saara Ocidental, Christopher Ross, recomeçou os seus esforços diplomáticos em fevereiro de 2015 e visita a região no final de setembro e em novembro sem grande sucesso.

Ban anunciou igualmente que vai convocar em breve "uma reunião de doadores com o objetivo de reunir fundos para que as necessidades dos refugiados saarauis possam ser satisfeitas".

Cerca de 200.000 saarauis vivem nos campos de refugiados em território argelino na região de Tindouf (1.800 quilómetros a sudoeste de Argel).

O secretário-geral das Nações Unidas, que se deslocou no sábado ao campo de refugiados de Smara, perto de Tindouf, declarou-se "profundamente entristecido com esta tragédia humanitária".

"Ontem (sábado) em Tindouf, encontrei refugiados que sofrem há gerações. Falei com jovens que perdem a fé no futuro. Prometi-lhes tudo fazer para que as coisas avancem", sublinhou.

Há nove anos à frente da ONU, esta foi a primeira visita de Ban ao Saara Ocidental, território que tem quase três vezes o tamanho de Portugal e menos de um milhão de habitantes.

A Missão das Nações Unidas para o Referendo no Saara Ocidental (MINURSO) está no terreno desde 1991 e ainda não conseguiu organizar um referendo de autodeterminação.

A Frente Polisário, que é apoiada pela Argélia, reivindica a independência do Saara Ocidental através daquele referendo, enquanto Marrocos defende uma ampla autonomia para o território sob a sua soberania.

SAPO TL - Lusa 

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