Hong
Kong, China, 17 mar (Lusa) -- O Conselho Legislativo de Hong Kong aprovou uma
moção para estabelecer uma comissão para investigar as causas dos distúrbios do
mês passado, mas o trabalho não deve começar até ao fim deste ano legislativo,
em julho.
A
moção, aprovada na quarta-feira e proposta por Alvin Yeung Ngok-kiu, do Partido
Cívico, e Cyd Ho Sal-Ian, do Partido Trabalhista, foi apoiada por 24 deputados
democratas.
Yeung
criticou o chefe do Executivo por classificar os distúrbios como
"motins" antes de uma investigação cuidada.
A
expressão, repetida pela ala pró-Pequim, levou a que "conclusões não
verificadas crescessem na sociedade", disse.
O
deputado lamentou também que o Governo só estivesse preocupado em deter e
condenar os envolvidos, recusando-se a estabelecer uma comissão para investigar
as causas.
"Muitos
cidadãos participaram nos confrontos com a polícia", apontou o deputado do
Partido Cívico, considerando que "tal mostra que o problema não pode ser
imputado a um pequeno grupo".
"Pode
ter sido causado por um forte descontentamento com o Governo, que não pode ser
solucionado com a detenção de umas dezenas de participantes", frisou.
Os
incidentes na zona de Kowloon, no primeiro dia do Ano Novo Lunar, causaram 130
feridos, vários detidos e, até à data, 50 acusados.
Anteriormente,
o Governo de Hong Kong rejeitou os pedidos para uma investigação independente,
considerando que as investigações criminais são suficientes.
Em
declarações aos jornalistas, Ho admitiu que é "muito improvável" que
a comissão comece a trabalhar antes de o Conselho Legislativo de Hong Kong
terminar esta sessão legislativa, já que há outras duas comissões à frente.
"Mas
acreditamos que o campo pró-democracia tem responsabilidade de colocar a
necessidade de uma investigação nos registos da reunião. Também esperamos (...)
que os deputados da próxima sessão legislativa levem este registo e necessidade
em consideração", disse.
ISG//
MP
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