sexta-feira, 18 de março de 2016

Conselho Legislativo de Hong Kong pede inquérito a distúrbios do mês passado


Hong Kong, China, 17 mar (Lusa) -- O Conselho Legislativo de Hong Kong aprovou uma moção para estabelecer uma comissão para investigar as causas dos distúrbios do mês passado, mas o trabalho não deve começar até ao fim deste ano legislativo, em julho.

A moção, aprovada na quarta-feira e proposta por Alvin Yeung Ngok-kiu, do Partido Cívico, e Cyd Ho Sal-Ian, do Partido Trabalhista, foi apoiada por 24 deputados democratas.

Yeung criticou o chefe do Executivo por classificar os distúrbios como "motins" antes de uma investigação cuidada.

A expressão, repetida pela ala pró-Pequim, levou a que "conclusões não verificadas crescessem na sociedade", disse.

O deputado lamentou também que o Governo só estivesse preocupado em deter e condenar os envolvidos, recusando-se a estabelecer uma comissão para investigar as causas.

"Muitos cidadãos participaram nos confrontos com a polícia", apontou o deputado do Partido Cívico, considerando que "tal mostra que o problema não pode ser imputado a um pequeno grupo".

"Pode ter sido causado por um forte descontentamento com o Governo, que não pode ser solucionado com a detenção de umas dezenas de participantes", frisou.

Os incidentes na zona de Kowloon, no primeiro dia do Ano Novo Lunar, causaram 130 feridos, vários detidos e, até à data, 50 acusados.

Anteriormente, o Governo de Hong Kong rejeitou os pedidos para uma investigação independente, considerando que as investigações criminais são suficientes.

Em declarações aos jornalistas, Ho admitiu que é "muito improvável" que a comissão comece a trabalhar antes de o Conselho Legislativo de Hong Kong terminar esta sessão legislativa, já que há outras duas comissões à frente.

"Mas acreditamos que o campo pró-democracia tem responsabilidade de colocar a necessidade de uma investigação nos registos da reunião. Também esperamos (...) que os deputados da próxima sessão legislativa levem este registo e necessidade em consideração", disse.

ISG// MP

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