Díli,
04 jul (Lusa) - O Governo timorense apelou hoje aos parceiros internacionais de
desenvolvimento de Timor-Leste para que mantenham a sua colaboração com o país,
apostando em crescente coordenação na fase de desenvolvimento de
infraestruturas e capital humano.
Os
apelos foram deixados no arranque da reunião dos parceiros de desenvolvimento
que decorre entre hoje e terça-feira em Díli, sob o tema de "financiamento
do desenvolvimento sustentável de Timor-Leste".
Hernâni
Coelho, ministro dos Negócios Estrangeiros recordou que Timor-Leste continua a
enfrentar desafios significativos e que, de mãos dadas com os parceiros de
desenvolvimento, tem que se ajustar constantemente às mudanças no contexto
económico, social e político.
Uma
transformação em que o Governo quer fortalecer as instituições, tornando-as
mais transparentes, eficientes e eficazes e procurando "passar da
reconstrução para o desenvolvimento".
O
chefe da diplomacia reconheceu a "dimensão da tarefa" que Timor-Leste
enfrenta, especialmente dado o mais negativo contexto económico internacional,
mas mostrou-se convicto no contributo que o apoio internacional representará
para alcançar esse objetivo.
"Tenho
a certeza que o progresso nos anos recentes nos permite olhar além das
limitações, consolidando o nosso papel como condutores do nosso próprio
progresso", disse.
Nesse
sentido recordou que o MNE está a preparar, em colaboração com os parceiros de
desenvolvimento, um livro branco que pretende "melhorar a eficácia e
eficiência da cooperação" e determinar as bases para o futuro,
"colocando todos no mesmo caminho, nos mesmos princípios e
condições".
Santina
Cardoso, ministra das Finanças, destacou o facto de Timor-Leste estar "num
novo capítulo na jornada de desenvolvimento" com uma nova fase
"enfocada no desenvolvimento de infraestruturas e capital humano".
Nesse
sentido, relembrou, o Governo tem em curso um amplo processo de reformas que
pretendem "reforçar a mobilização de recursos nacionais, reduzindo
dependência em recursos petrolíferos e garantir sustentabilidade no
futuro".
Reformas
que incluem o objetivo de aumentar a receita fiscal para 15% do PIB não
petrolífero em 2020 e cujo êxito dependem da ação coordenada do Governo,
parceiros de desenvolvimento, sociedade civil e setor privado".
Knut
Ostby, coordenador da presença da ONU e representante do PNUD em Timor-Leste,
destacou o apoio que os parceiros de desenvolvimento têm dado numa ampla
variada de setores, defendendo mais e melhor coordenação para "definir
prioridades" e melhor formas de ação direcionada no terreno.
Ao
mesmo tempo, e paralelamente ao trabalho conjunto do Governo e parceiros de
desenvolvimento, é essencial fortalecer o quadro legislativo para atrair mais
investimento do setor privado, "essencialmente para o
desenvolvimento".
"A
liderança do Governo deve ser não apenas em definir visões mas em criar
condições para a sua implementação. Neste quadro saudamos as reformas do
Governo para aumenta receitas tributárias e para criar mais condições para o
setor privado", disse.
"É
necessário dar confiança aos investidores, melhorar as capacidades do setor
público e a experiência de parceiros internacionais, incluindo com assistência
técnica, pode ser útil nesta matéria", afirmou.
ASP
// FV.
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