segunda-feira, 4 de julho de 2016

Governo timorense apela a que parceiros internacionais continuem a apoiar Timor-Leste


Díli, 04 jul (Lusa) - O Governo timorense apelou hoje aos parceiros internacionais de desenvolvimento de Timor-Leste para que mantenham a sua colaboração com o país, apostando em crescente coordenação na fase de desenvolvimento de infraestruturas e capital humano.

Os apelos foram deixados no arranque da reunião dos parceiros de desenvolvimento que decorre entre hoje e terça-feira em Díli, sob o tema de "financiamento do desenvolvimento sustentável de Timor-Leste".

Hernâni Coelho, ministro dos Negócios Estrangeiros recordou que Timor-Leste continua a enfrentar desafios significativos e que, de mãos dadas com os parceiros de desenvolvimento, tem que se ajustar constantemente às mudanças no contexto económico, social e político.

Uma transformação em que o Governo quer fortalecer as instituições, tornando-as mais transparentes, eficientes e eficazes e procurando "passar da reconstrução para o desenvolvimento".

O chefe da diplomacia reconheceu a "dimensão da tarefa" que Timor-Leste enfrenta, especialmente dado o mais negativo contexto económico internacional, mas mostrou-se convicto no contributo que o apoio internacional representará para alcançar esse objetivo.

"Tenho a certeza que o progresso nos anos recentes nos permite olhar além das limitações, consolidando o nosso papel como condutores do nosso próprio progresso", disse.

Nesse sentido recordou que o MNE está a preparar, em colaboração com os parceiros de desenvolvimento, um livro branco que pretende "melhorar a eficácia e eficiência da cooperação" e determinar as bases para o futuro, "colocando todos no mesmo caminho, nos mesmos princípios e condições".

Santina Cardoso, ministra das Finanças, destacou o facto de Timor-Leste estar "num novo capítulo na jornada de desenvolvimento" com uma nova fase "enfocada no desenvolvimento de infraestruturas e capital humano".

Nesse sentido, relembrou, o Governo tem em curso um amplo processo de reformas que pretendem "reforçar a mobilização de recursos nacionais, reduzindo dependência em recursos petrolíferos e garantir sustentabilidade no futuro".

Reformas que incluem o objetivo de aumentar a receita fiscal para 15% do PIB não petrolífero em 2020 e cujo êxito dependem da ação coordenada do Governo, parceiros de desenvolvimento, sociedade civil e setor privado".

Knut Ostby, coordenador da presença da ONU e representante do PNUD em Timor-Leste, destacou o apoio que os parceiros de desenvolvimento têm dado numa ampla variada de setores, defendendo mais e melhor coordenação para "definir prioridades" e melhor formas de ação direcionada no terreno.

Ao mesmo tempo, e paralelamente ao trabalho conjunto do Governo e parceiros de desenvolvimento, é essencial fortalecer o quadro legislativo para atrair mais investimento do setor privado, "essencialmente para o desenvolvimento".

"A liderança do Governo deve ser não apenas em definir visões mas em criar condições para a sua implementação. Neste quadro saudamos as reformas do Governo para aumenta receitas tributárias e para criar mais condições para o setor privado", disse.

"É necessário dar confiança aos investidores, melhorar as capacidades do setor público e a experiência de parceiros internacionais, incluindo com assistência técnica, pode ser útil nesta matéria", afirmou.

ASP // FV.

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