Sydney,
Austrália, 10 ago (Lusa) -- Mais de 2.000 relatórios revelam abusos e traumas
em crianças e mulheres no centro para imigrantes que a Austrália estabeleceu
junto à vizinha república de Nauru, escreve hoje o diário The Guardian.
Os
documentos relatam agressões sexuais e ameaças contra mulheres, entre outros
maus-tratos, e confirmam as denúncias das organizações de defesa dos Direitos
Humanos sobre a banalidade da violência, incluindo autoagressões.
A
Austrália reativou em 2012 a sua política para a tramitação em países terceiros
dos pedidos de imigrantes que viajam para a Austrália em busca de asilo e
acordou a abertura de centros de detenção na Papua Nova Guiné e Nauru.
As
empresas que gerem as instalações, segurança e outros serviços estão obrigadas
por contrato a reportar os incidentes registrados nos centros.
Os
"relatórios de incidentes" agora conhecidos foram escritos entre maio
de 2013 e outubro de 2015 por empregados das empresas que administram os
centros.
Os
documentos descrevem várias agressões sexuais, em especial contra jovens
detidas, perpetradas por guardas, outros detidos ou cidadãos locais.
Mais
de uma centena de relatórios, segundo a fonte, descrevem casos de
automutilações entre os detidos, incluindo tentativas de suicídio.
Num
relatório recente, a Human Right Watch (HRW) e a Amnistia Internacional (AI)
denunciaram que cerca de 1.200 requerentes de asilo, incluindo mulheres e
crianças, que foram transferidos pela Austrália para Nauru são vítimas de
abusos graves, maus tratos e negligência.
Muitos
dos imigrantes que as autoridades australianas intercetam fugiram de conflitos
como os de Afeganistão, Darfur, Paquistão, Somália e Síria e outros escaparam
da discriminação ou da condição de apátridas, como as minorias rohinya, da
Birmânia, ou bidun, da região do Golfo.
FV
(DM) // MP
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