A
queixa apresentada à justiça santomense data de 2013 e, tanto quanto se sabe,
foi considerada imprucedente. Apesar de tudo impende sobre a figura do atual PM
aquela memória. Ainda para mais porque Patrice se ausentou por largo tempo do
país e quando regressou foi para eleições que levou a cabo com “uma campanha
muito rica” comparativamente aos fracos recursos dos restantes candidatos e
aquilo que é comum no país – assim considerado por observadores.
Venceu
as eleições e é primeiro-ministro. Tem maioria de deputados, do seu partido
(ADI) no Parlamento e conseguiu fazer eleger o seu presidente da República
(Evaristo Carvalho) em “eleições repletas de trapalhada”. Em suma: Patrice e os
seus submissos e confiáveis são os DDT de São Tomé e Príncipe (donos daquilo
tudo). Para onde irá o país e como será a sobrevivência e vivência dos
santomenses a partir de agora é o que preocupa os patriotas apartidários e
politicamente mais esclarecidos. Entretanto a exploração do petróleo santomense
no Golfo da Guiné está a rodar.
“É
de temer um reinado em que o clã dos Trovoada se apoderou de todos os poderes
políticos e até económicos (por interpostas pessoas), o risco de se apoderar do
poder judiciário foi demonstrado na atitude e resolução da justiça ao
ignorar os atropelos e as ilegalidades eleitorais que permitiram toda a trapalhada
nas recentes eleições presidenciais”, disseram.
Acrescentaram
ainda que “se é verdade que Pinto da Costa já deu o que tinha a dar ao país,
além de estar em idade avançada e ter acumulado muitos anos no poder, também é
verdade que a concentração dos poderes num só homem, num só clã, pode
constituir um perigo acrescentado à débil democracia que existe e se processa
no país. Além disso há que contar com a exploração do petróleo. Sabemos o que
acontece com a febre do chamado ouro negro", acrescentaram. "Será que
o que se está a passar já é um preâmbulo disso mesmo?" Perguntam. (PG)
Ex-primeiro-ministro
santomense processado por lavagem de dinheiro
São
Tomé e Príncipe (PANA) - O Partido da Convergência Democrática (PCD,
oposição) apresentou uma queixa-crime contra o ex-primeiro-ministro de São Tomé
e Príncipe, Patrice Trovoada, por alegada implicação num caso de branqueamento
de capitais, soube-se terça-feira de fonte partidária em São Tomé.
Armindo Aguiar, um dos dirigentes do PCD, declarou à imprensa à saída da Procuradoria Geral da República (PGR) que existem "fortes indícios" de lavagem de dinheiro envolvendo o ex-primeiro-ministro Patrice Emery Trovoada e o banco comercial de capitais gaboneses BGFI Bank, instalado na praça financeira do arquipélago.
Ele disse ter pedido que a PGR acione mecanismos para apurar a veracidade dos factos, e sublinhou não ter dúvidas de que "o recibo de transferência em dinheiro vivo no valor de 624 mil e 600 euros, emitido pelo ex-primeiro ministro, e devidamente subscrito tanto por ele como pelo recetor do montante em numerário, é uma autêntica lavagem de dinheiro".
Ao pedido dirigido à PGR, Armindo Aguiar anexou um documento com timbre e selo branco do gabinete do primeiro-ministro e uma suposta assinatura de Patrice Trovoada.
Por seu turno, o partido do ex-primeiro-ministro, Ação Democrática Independente (ADI, oposição), reagiu por intermédio do seu secretário-geral, Levy Nazaré, para desvalorizar a ação como "uma manobra dos assaltantes do poder com objetivo de denegrir e aniquilar Patrice Trovoada".
"Nota-se um conjunto de atos contra uma só pessoa, sabendo eles que Patrice Trovoada é o político, é um líder porque vêm aí as eleições. O objectivo é aniquilar Patrice Trovoada com essas mentiras", sentenciou, acusando os proponentes da ação de terem "medo" da figura do antigo primeiro-ministro e do regresso do partido da oposição ao poder.
Panapress
/ RMG/IZ - 11 Junho 2013 16:43:54
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