Marraquexe,
Marrocos, 17 nov (Lusa) - Timor Leste pretende, até 2030, que 50% de sua
produção elétrica seja oriunda de fontes renováveis, especialmente a solar,
disse hoje à Lusa o diretor geral da Eletricidade do Ministério das Obras
Públicas, Transportes e Comunicação timorense.
"A
meta para 2030 é chegar a 50% de renováveis. Este é um plano ambicioso e
queremos fazer a conversão das termoelétricas de diesel para gás. Esperemos
que, em 2017, possamos discutir internamente com o novo Governo em
Timor-Leste", afirmou Virgílio Fátima Guterres, que está na Cimeira do
Clima (COP 22), em Marraquexe.
Timor-Leste
tem uma matriz elétrica movida a centrais termoelétricas a diesel. São duas
centrais de 250 megawatts.
"É
uma energia fóssil e o custo é muito alto em termos de manutenção e operação.
As termoelétricas a diesel representam 99% da geração de eletricidade",
disse.
Atualmente,
é o Estado que está a arcar com a transição energética e a implantação das
renováveis. Mas no futuro, Virgílio Guterres disse que a ideia é abrir para o
mercado privado.
"Hoje
a geração elétrica está nas mãos do Estado, mas a participação do setor privado
será muito importante", disse.
Segundo
o diretor geral da Eletricidade, a potencialidade para as renováveis em
Timor-Leste é de 452 megawatts incluindo as fontes hídricas, solar, eólica e
biomassa.
Timor-Leste
deve apostar primeiro na solar como a principal das renováveis. O país tem
apenas uma pequena central hidroelétrica de 322 kilowatts e ainda não
desenvolveu a eólica.
Virgílio
Guterres destacou que a cooperação técnica será imprescindível para Timor-Leste
conseguir avançar no seu plano estratégico de desenvolvimento nacional até
2030.
"Cooperação
técnica é muito importante neste momento. Precisamos de técnicos qualificados.
No futuro, Portugal poderá cooperar com Timor-Leste em termos técnicos",
estimou o responsável.
A
cobertura elétrica do país chega a 84% dos lares timorenses que já têm acesso
às formas modernas de eletricidade. Entre esses, 11% dos lares são iluminados
por fontes oriundas de renováveis.
Hoje,
o Ministro do Comércio, Indústria e Ambiente timorense, Constâncio da Conceição
Pinto, reuniu-se à margem da COP22 com o ministro do Ambiente de Portugal, João
Pedro Matos Fernandes.
Timor-Leste
pretende obter recursos do Fundo Verde do Clima para tentar financiar os seus
projetos de transição elétrica. Por fazer parte do grupo de países menos
desenvolvidos, Timor-Leste pode ter mais facilidades em obter financiamento.
A
22.ª Conferência Quadro das Partes sobre Mudanças Climáticas (COP 22)
continuará em Marraquexe até sexta-feira.
FO
// VM
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