Díli,
02 fev (Lusa) - O futuro das forças de defesa timorenses deve assentar no
balanço entre uma visão estratégia adequada e eficiente e um sistema de forças
proporcional ao país, especialmente num quadro de restrições orçamentais, disse
hoje o Presidente de Timor-Leste.
"Num
quadro de fortes restrições orçamentais, o caminho a percorrer deve aproximar a
visão estratégica estabelecida de umas forças adequadas e eficientes, com um
sistema de forças proporcional ao país que somos, aos objetivos que prosseguimos
e às nossas capacidades e possibilidades", disse Taur Matan Ruak.
"Para
isso será necessário ajustar todo o enquadramento conceptual de forma realista
e adequada aos meios que se admite poder dispor, por forma a que haja a
coerência de todos os diplomas elaborados, o que implica que sejam fruto de um
planeamento estratégico adequado, ciclicamente revisto", sublinhou.
Taur
Matan Ruak, que falava na cerimónia do 16º aniversário das Falintil-Forças
Defesa de Timor-Leste (F-FDTL), em Díli, referia-se ao processo político de
transformação da instituição, que decorre desde que o braço armado da
resistência se transformou, em 2001, nas forças armadas nacionais.
"A
transformação da instituição das FALINTIL-Forças de Defesa de Timor-Leste é um
processo político em evolução no qual as Forças Armadas terão que receber as
orientações adequadas para a condução das mudanças e transformações
necessárias", sublinhou, naquele que foi o seu último discurso enquanto
chefe de Estado e comandante supremo das forças timorenses.
Central
a esta transformação está o Conceito Estratégico de Defesa e Segurança Nacional
de Timor-Leste do qual se espera, frisou, "a reavaliação do papel e das
funções das instituições de defesa e segurança do Estado".
Será
também com base nesta visão que será feito todo o "planeamento do
investimento a longo termo (...) adequado ao nível do cumprimento das missões
das F-FDTL, exequível por que respeita os tetos orçamentais e com elevada
probabilidade de ser aceite em termos políticos".
Taur
Matan Ruak sublinhou que ainda que a questão do equipamento e outros recursos
da F-FDTL seja atualmente importante, a história mostra que "sempre foi o
elemento humano e a sua vontade de combater que fez a diferença" para
Timor-Leste.
Daí
que, disse, o futuro passe por "uma organização constituída por militares
e civis competentes e motivados, com elevados padrões de formação, qualificação
e treino".
"Como
comandante supremo conheço a realidade, as capacidades, as limitações e as
verdadeiras ambições das F-FDTL. Avalio o seu desempenho como constituindo um
legítimo motivo de confiança e orgulho para todos os timorenses", afirmou.
O
chefe de Estado quis destacar o esforço das F-FDTL em termos da melhoria e
capacitação dos seus recursos humanos, das capacidades táticas e operacionais
das forças e do reforço da cooperação bilateral e multilateral.
A
maior participação em exercícios nacionais e combinados e o "esforço de
consolidação das F-FDTL como uma instituição fundamental para a estabilidade e
segurança do território" foram outros elementos destacados.
Taur
Matan Ruak, penúltimo comandante das F-FDTL - que foi sucedido pelo atual
responsável o major general Lere Anan Timur - termina o seu mandato como chefe
de Estado a 20 de maio, tendo declarado já que não se vai recandidatar.
As
eleições estão marcadas para 20 de março sendo já conhecidos cinco candidatos.
O prazo de apresentação de candidaturas termina a 05 de fevereiro.
ASP
// FV.
Foto@
Presidência da República de Timor-Leste
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