Bravo! Mas tem e deve ser ainda melhor. |
Díli,
03 fev (Lusa) - Timor-Leste lidera o ranking do Índice da Democracia no sudeste
asiático e é o 7.º na Ásia e Oceânia de acordo com a edição de 2016 do Índice
da Democracia, divulgado pela The Economist Intelligence Unit (EIU).
No
mesmo ranking, Cabo Verde é o país lusófono melhor colocado internacionalmente,
na 23.ª posição e a Guiné Equatorial o pior (163.º) entre 167 países e territórios
analisados pela EIU na edição deste ano do índice, a nona.
A
pontuação de Timor-Leste no ranking mantém-se inalterada há quatro anos, com
7,24 valores numa escala de 10 e num grupo em que quase metade dos países
abrangidos registou quedas nos resultados, entre 2006 e 2016.
Agio
Pereira, porta-voz do Governo timorense, destaca o facto de a classificação dar
pontuação elevada ao processo eleitoral e pluralismo, "refletindo as
eleições livres e justas, o sufrágio universal, os esforços no sentido de
garantir as liberdades dos eleitores e o processo de transferência ordeira das
administrações" públicas.
"As
ferramentas de comparação internacionais como o índice de democracia são
constantemente confrontadas com o desafio de garantir a precisão. No entanto, o
que vemos claramente refletido nesta e noutras comparações internacionais é que
as nossas liberdades definidas na Constituição, nomeadamente o processo
eleitoral e o pluralismo, estão a ser firmemente defendidas", referiu em
comunicado.
"À
medida que nos aproximamos das eleições presidenciais do dia 20 de março e das
eleições parlamentares, uns meses mais tarde, estamos novamente a usar e
afirmar esses direitos, conscientes de que, em muitas partes do mundo, os
cidadãos não têm tais direitos e responsabilidades", sublinhou.
Em
termos dos lusófonos, e num ranking onde não figura São Tomé e Príncipe, Cabo
Verde é o melhor classificado, na 23.ª posição com 7,94 valores, seguindo-se
Portugal em 28.º (7,86 valores), Timor-Leste em 43.º (7,24 valores) e o Brasil
em 51.º (6,9 valores), estando os quatro no grupo de democracias imperfeitas.
Moçambique
está no grupo dos regimes híbridos, surgindo em 115.º (4,02 valores), com três
nações no grupo dos Estados autoritários: Angola (130.º e 3,40 valores),
Guiné-Bissau (157.º lugar e 1,98 valores) e Guiné Equatorial (163.º e 1,7
valores).
O
Brasil é o oitavo no ranking da América Latina e Portugal é 17.º no ranking da
Europa Ocidental. No ranking do grupo de África Subsaariana, Cabo Verde é
segundo, Moçambique é 21.º, Angola é 29.º, Guiné- Bissau é 40.º e a Guiné
Equatorial é 42.º.
Intitulada
"A vingança dos deploráveis", em referência ao que considera ter sido
"a revolta popular em 2016 contra as elites políticas que são vistas por
muitos como estando fora de contato e não representando os interesses de
pessoas comuns", esta é a nona edição do relatório.
Para
compilar o ranking a EIU baseia-se em cinco categorias: processo eleitoral e
pluralismo, liberdades civis, funcionamento do governo, participação política e
cultura política, dando a cada país notas de 1 a 10.
Com
base nos valores obtidos nas cinco categorias os países são divididos em quatro
tipos de regimes: democracia plena, democracia imperfeita, regime hibrido e
regime autoritário.
O
planeta regista em 2016 um valor médio de 5,52 valores (menos três décimas que
em 2015, com 72 países a registarem uma queda na sua pontuação total em
comparação com o ano anterior, 38 a registarem melhorias e 57 a permanecerem
com níveis idênticos.
Cinco
zonas do globo regrediram na sua nota - América Latina, Médio Oriente, Africa
Subsaariana, Europa Ocidental e Europa de Leste -, sendo que esta última teve a
maior queda, de 5.55 para 5.43.
Nenhuma
região melhorou tendo a Ásia e Oceânia e a América do Norte estagnado.
Quase
metade (49,3%) da população mundial vive em algum tipo de democracia ainda que
só 4,5% viva em democracia plena (era 8,9% em 2015), devido à queda dos Estados
Unidos e cerca de 2,6 mil milhões de pessoas, segundo a EIU vivem sob regimes
autoritários.
Há
76 países a viver em democracia, mas desses apenas 19 em democracias plenas -
menos uma devido à queda dos Estados Unidos que passou a ser democracia
imperfeita - com 40 países de regimes híbridos e 51 autoritários.
ASP
// FV.
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