À
terceira tentativa, Lu-Olo conseguiu a vitória (perdeu na segunda volta nas
eleições de 2007 e 2012). O novo Presidente teve o apoio do líder histórico da
resistência timorense Xanana Gusmão
Fancisco
Guterres Lu-Olo foi eleito Presidente da República de Timor-Leste nas eleições
desta segunda-feira. Quando estão contados 90,09% dos votos, segundo o
Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE), Lu-Olo lidera a
contagem com 262.147 votos ou 57,42% do total, à frente do segundo
classificado, António da Conceição, que tem 147.436 votos ou 32,29% do total.
Para
vencer, qualquer candidato teria de obter 50% dos votos válidos mais um, ou
261.289, valor já ultrapassado por Lu-Olo.
Num
universo de 743.150 eleitores, mesmo que a taxa de participação nos locais
ainda por escrutinar fosse 100%, faltariam contar 73.646 votos, ou seja, menos
do que aqueles de que António da Conceição precisaria para evitar a vitória de
Lo-Olo.
Dirigentes do Partido Democrático (PD), que apoiou o segundo candidato mais votado nas eleições presidenciais, António da Conceição, já congratularam esta manhã Francisco Guterres Lu-Olo pela vitória.
Francisco
Guterres Lu-Olo foi apoiado pelos maiores partidos timorenses, Fretilin (Frente
Revolucionária de Timor-Leste Independente) e CNRT (Congresso Nacional para a
Reconstrução de Timor-Leste).
Cerca
das 13h locais desta terça-feira (4h em Lisboa), e 22 horas depois do fecho das
urnas, o escrutínio provisório estava concluído em oito dos 12 municípios, na
região especial de Oecusse-Ambeno e nos três centros de votação no estrangeiro
(Sydney, Darwin e Lisboa).
Falta
terminar a contagem em Bobonaro, Dili, Ermera e Lautem, municípios onde Lu-Olo
lidera também a contagem.
Esta
foi a terceira tentativa de Lu-Olo chegar à Presidência da República (perdeu na
segunda volta em 2007 e 2012). O novo Presidente teve o apoio do líder
histórico da resistência timorense Xanana Gusmão, do CNRT, que formalizou o
apoio ao candidato dando instruções às bases para votarem pelo líder da
Fretilin, que, outrora, era o seu principal rival.
António
da Conceição, atual ministro da Educação e secretário-geral do PD, teve o apoio
do Khunto – força ligada ao grupo de artes marciais Korka – e de alguns militantes
do Partido de Libertação do Povo (PLP), força política que poderá vir a ser
liderada, depois de 20 de maio, pelo atual chefe de Estado, Taur Matan Ruak.
Conceição
enfrentou, porém, alguma divisão interna no PD – alguns dirigentes não apoiaram
a ideia de uma candidatura presidencial e questionaram a influência do Khunto,
cuja presença em algumas caravanas chegava a ser maioritária.
Houve
ainda divisão no PLP, com os veteranos do partido a recusarem apoiar Conceição
num combate direto com um companheiro da luta contra a ocupação indonésia.
Lusa,
em Expresso – Foto: Mast Irham / EPA
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