domingo, 1 de outubro de 2017

Autoridades dizem que milhares de balineses podem regressar a casa perto de vulcão

Klungkung, Indonésia, 30 set (Lusa) -- As autoridades de Bali (Indonésia) têm tentado convencer mais de metade das 144 mil pessoas que fugiram das imediações do vulcão Agung, que ameaça entrar em erupção, a regressar a casa, garantindo que deixaram zonas que são seguras.

O vulcão do monte Agung, em Bali, uma ilha indonésia visitada todos os anos por cinco milhões de turistas, está sob o nível de alerta mais elevado há mais de uma semana, causando o êxodo de zona de perigo oficial, mas também de áreas mais distantes.

Segundo as autoridades, a zona interdita, que se estende por 12 quilómetros desde a cratera, é a área sujeita à lava, lahar (lama composta por resíduos vulcânicos e água) e nuvens escaldantes de cinzas, gases e fragmentos de pedras, em caso de uma erupção forte.

As autoridades estimam que nesta zona vivam cerca de 62 mil pessoas, mas até quinta-feira já tinham fugido 144 mil pessoas, que foram acolhidas ou por amigos ou familiares ou nos perto de 500 centros de emergência distribuídos pela ilha.


"Àqueles que vivem fora da zona de perigo, apelamos para que regressem às suas casas e retomem as suas vidas quotidianas", disse Putu Widiada, responsável da agência de mitigação de desastres em Klungkung, distrito a sul do vulcão, de onde fugiram 22 mil habitantes.

O governador de Bali advertiu que as pessoas que deixam aquilo que o Governo identifica como aldeias seguras tornaram-se "um fardo" para os verdadeiros deslocados e para os abrigos temporários destinados a recebê-los.

Entretanto, enquanto prosseguem as conjeturas sobre quando despertará o vulcão -- que desde agosto tem registado um aumento dos abalos sísmicos e tem libertado nuvens de fumo -- alguma da população regressa durante o dia à zona de perigo para tratar dos seus negócios e pertences, recolhendo à noite aos refúgios.

A última erupção deste vulcão ocorreu em 1963 e prolongou-se por quase um ano. Várias erupções causaram cerca de 1.600 mortos e as cinzas chegaram à capital indonésia, Jacarta, a cerca de mil quilómetros.

Os especialistas em vulcanologia alertaram na semana passada que o Agung poderia entrar em erupção a qualquer momento, após um forte aumento dos sismos na montanha.

O vulcão situa-se a cerca de 70 quilómetros do principal ponto turístico de Bali, Kuta, e as autoridades garantem que os turistas não estão em perigo. De qualquer forma, existe um plano de evacuações caso as cinzas de uma possível erupção obriguem ao fecho do aeroporto internacional da ilha.

JH // JMR

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