Sidney, 20 jun (Lusa) - A
austrália vai avançar com uma investigação independente sobre assédio sexual em
ambientes de trabalho no país, uma iniciativa considerada pelo governo como a
primeira iniciativa do género a nível mundial.
Esta investigação "é a
primeira no mundo", rejubilou a ministra australiana para as Mulheres,
Kelly O'Dwyer, em entrevista à televisão local ABC, enfatizando a importância
que este inquérito pode ter na economia do país.
"Uma mulher [vítima de
assédio sexual no local de trabalho] pode perder o emprego ou decidir procurar
outro, mas não consegue que o antigo empregador lhe dê uma carta de
recomendação", explicou Kelly O'Dwyer.
O governo australiano vai
financiar metade dos custos desta investigação nacional, no valor de um milhão
de dólares australianos, (cerca de 637 mil euros).
A investigação, que vai durar um
ano, vai ser liderada pela comissária de Discriminação Sexual, Kate Jenkins.
"Esta investigação nacional
é, na minha opinião, um grande passo na direção certa", declarou a
comissária em comunicado, encorajando depois os seus compatriotas a trabalharem
juntos para a criação "de uma sociedade onde este tipo de comportamento se
torne impensável".
No decorrer do inquérito vai ser
analisado a atual estrutura legal sobre os crimes de assédio sexual e todas as
denúncias que foram feitas, no passado, às agências de antidiscriminação do
país.
Na Austrália, de acordo com os
últimos dados estatísticos, mais de 20% das pessoas com mais de 15 anos
afirmaram terem sido assediados e 68% destes casos registaram-se em ambientes
de trabalho.
MIM // JMC
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