Sidnei, Austrália, 02 ago (Lusa)
- O ministro do Interior da Austrália afirmou hoje que o país não vai assinar o
Pacto Mundial para a Migração, ultimado em julho na ONU, por considerar que
afeta a sua soberania.
"Nós levamos a sério a
manutenção da segurança das nossas fronteiras. Não permitiremos que a ONU ou
qualquer outro perturbe o trabalho duro que está a ser feito", disse Peter
Dutton à rádio australiana 2GB.
O ministro afirmou ainda que
muitos país europeus têm perdido a sua identidade porque foram inundados por
imigrantes sem documentos. "Nas futuras geração isso terá um grande
impacto sobre essas sociedades", considerou.
O governo australiano tem sido
criticado por várias organizações internacionais, incluindo a ONU, devido à
rigidez política contra os imigrantes ilegais no país, que tentam entrar no
país por via marítima.
A Austrália recusou-se a receber
centenas de refugiados de Nauru e Papua Nova Guiné que esperam agora que os
Estados Unidos os aceitem.
O documento, conhecido
oficialmente como o Pacto Mundial para uma Migração Segura, Regular e Ordenada,
estrutura-se em torno de 23 grandes objetivos e inclui uma série de
compromissos concretos, embora não vinculativos juridicamente, que define as
diferenças entre os imigrantes regulares e os que não são, que serviços básicos
devem providenciar os Estados aos irregulares ou quando deverá ser facilitada a
sua regularização.
O pacto é o resultado de um
acordo assinado em 2016 pelos líderes internacionais que decidiram abrir a
negociação de dois grandes acordos, um sobre migrantes e outro sobre
refugiados.
Todos os Estados membros das
Nações Unidas participam na discussão, à exceção dos EUA, que durante o governo
de Donald Trump decidiu retirar-se por o considerar incoerente com as suas
políticas migratórias.
O número de migrantes no mundo é
calculado em 258 milhões, o que corresponde a 3,4% da população mundial.
MIM (SCA) // JMC
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