A polémica levantada há dias pelo jornal The Australian, sobre o caos e anarquia previsíveis em futuro próximo num relatório alegadamente confidencial da ONU já levou o governo timorense a proceder a desmentidos contrapondo que a situação em Timor é calma e a estabilidade existe quase a todos os níveis sendo perfeitamente testemunhável.
A verdade porém é que a ONU não desmentiu o jornal The Australian e a própria UNMIT, representante da ONU em Timor, não veio dizer preto no branco que esse relatório não existe e que por consequência nenhum elemento da UNMIT ou da ONU que tenha visitado Timor, chegaram às conclusões citadas pelo jornal. Isso pode levar-nos a inferir que o relatório existe mesmo, ou, senão, pelo menos um memorando. É que ele existe mesmo, não podendo nem devendo a ONU voluntariar-se para desmentir categoricamente o evidente.
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A verdade porém é que a ONU não desmentiu o jornal The Australian e a própria UNMIT, representante da ONU em Timor, não veio dizer preto no branco que esse relatório não existe e que por consequência nenhum elemento da UNMIT ou da ONU que tenha visitado Timor, chegaram às conclusões citadas pelo jornal. Isso pode levar-nos a inferir que o relatório existe mesmo, ou, senão, pelo menos um memorando. É que ele existe mesmo, não podendo nem devendo a ONU voluntariar-se para desmentir categoricamente o evidente.
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O documento sobre as “calamidades timorenses” está na posse do Secretário-geral da ONU, Ban ki-moon, e foi elaborado pela equipa de Walter Kalin apór ter estado uma semana em Timor-Leste na qualidade de enviado especial do senhor Moon, observando e informando-se sobre a situação interna do país, quer a nível de direitos humanos quer no contexto geral, principalmente nas vertentes que possam estar relacionadas com tudo que venha a contribuir para as violações desses direitos, como será o caso do caos e anarquia vislumbrados.
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O referido memorando, ou relatório, refere que foi permitido à equipa visitante detetar manifestos indícios de descontentamento com a governação vigente a nível de justiça social e o modo como este governo está a aprofundar o fosso entre os muito ricos e aqueles que nada têm, sendo referidos vários exemplos como o caso das excessivas despesas feitas em prol de benefícios para os que pertencem à área dos partidos do governo em detrimento do bem comum. Um dos exemplos foi assinalado com as largas dezenas de viaturas de luxo adquiridas para os parlamentares, por uma soma exorbitante, em detrimento dos desalojados e outros timorenses mais desfavorecidos que em muitos casos passam fome e outros tipos de carências na saúde, emprego e educação e infra-estruturas essenciais.
Também é salientado no referido memorando que o descontentamento está a aumentar a nível das forças militares e policiais, assim como no sector da justiça, devido às intromissões abusivas e partidárias de alguns elementos do governo naquelas instituições, indiciando quererem dominá-las em seus próprios benefícios, em benefícios partidários e pessoais.
No memorando é mesmo referido que a desconexão entre as chefias dos ramos armados, exército e polícia, tem vindo a ser descaracterizado nas suas essências profissionais em prol do respeito devido a “hierarquias compostas por comissários políticos” com o objectivo de partidarizar as referidas forças, fazendo com que as acções formativas que têm vindo a ser dadas por formadores internacionais da UNPOL sejam esvaziadas, o que poderá vir a contribuir para existirem facções manipuláveis dentro das referidas instituições.
Por conter essas conclusões é que o referido memorando, ou relatório, admite a possibilidade de Timor-Leste estar a caminhar para uma situação de caos e anarquia futura se isso for de conveniência de forças desestabilizadoras. Forças que lamentavelmente não são ali identificadas mas que certamente são referenciadas e do conhecimento de altos quadros da ONU, devidamente classificadas como confidenciais.
Também é salientado no referido memorando que o descontentamento está a aumentar a nível das forças militares e policiais, assim como no sector da justiça, devido às intromissões abusivas e partidárias de alguns elementos do governo naquelas instituições, indiciando quererem dominá-las em seus próprios benefícios, em benefícios partidários e pessoais.
No memorando é mesmo referido que a desconexão entre as chefias dos ramos armados, exército e polícia, tem vindo a ser descaracterizado nas suas essências profissionais em prol do respeito devido a “hierarquias compostas por comissários políticos” com o objectivo de partidarizar as referidas forças, fazendo com que as acções formativas que têm vindo a ser dadas por formadores internacionais da UNPOL sejam esvaziadas, o que poderá vir a contribuir para existirem facções manipuláveis dentro das referidas instituições.
Por conter essas conclusões é que o referido memorando, ou relatório, admite a possibilidade de Timor-Leste estar a caminhar para uma situação de caos e anarquia futura se isso for de conveniência de forças desestabilizadoras. Forças que lamentavelmente não são ali identificadas mas que certamente são referenciadas e do conhecimento de altos quadros da ONU, devidamente classificadas como confidenciais.