Macau,
China, 01 mai (Lusa) - Taxistas, condutores de autocarros, operários,
trabalhadores do jogo, estudantes e professores saíram hoje à rua em Macau,
organizados num total de 13 associações que reuniram, segundo a polícia, cerca
de 1.800 pessoas.
Apesar
das várias entidades organizadoras, muitas das marchas, que este ano decorreram
quase todas em separado, com percursos próprios e horas distintas, acabaram por
não juntar mais de algumas dezenas de pessoas cada uma.
Duas
associações de trabalhadores do jogo - Forefront of Macau Gaming e Associação
de trabalhadores da Indústria de Jogos - conseguiram atrair cerca de uma
centena de manifestantes, exigindo a redução de importação de trabalhadores do
exterior, a proibição total de fumar dentro dos casinos, e pedindo o aumento da
oferta de habitação pública, devido ao elevado preço das frações.
Os
dois deputados da Novo Macau, a maior associação pró-democracia do território,
Au Kam San e Ng Kuok Cheong estiveram presentes para demonstrar o seu apoio.
"A
indústria do jogo agora está muito complicada e acho que no futuro podemos
assistir a mais conflitos e mais pressão. Temos de estar atentos", alertou
Ng Kuok Cheong, ressalvando que os lucros das operadoras continuam, neste momento,
a ser significativos e possibilitam aumentos para os funcionários, apesar das
quebras nas receitas há quase um ano.
"O
problema é no futuro. Em 2016, os casinos vão fazer investimentos avultados em
Macau, e vão dizer que é necessário aumentar os recursos humanos. Nesse momento
vamos pedir ao Governo que controle a importação de trabalhadores, que pode ser
muito perigosa para os trabalhadores locais", afirmou, referindo-se aos
projetos para novos casinos e hotéis, agora em construção.
Numa
zona diferente da cidade, a associação Juventude Dinâmica concentrou os seus
esforços na promoção do que chamaram uma "reforma educativa", assente
em três revindicações: a suspensão da educação patriótica (a entrar em vigor no
próximo ano letivo), revisão da lei dos professores e "mais
transparência" em relação ao futuro exame unificado de acesso à
universidade.
"Opomo-nos
à educação nacional proposta pelas organizações pró-governo. Em segundo lugar
pedimos a revisão do quadro geral do pessoal docente das escolas particulares
porque há uma renovação do pessoal docente todos os anos o que não é estável
para professores e alunos", explicou Winkie Kuan, da Juventude Dinâmica.
Quanto
ao exame, a entrar em vigor em 2016, a representante alertou para o facto de as
escolas não terem ainda "nenhuma orientação ou exame modelo".
"Já estamos em 2015. Num período tão curto de tempo estamos preocupados
que os professores e os alunos não se consigam adaptar", lamentou.
ISG
// EL
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