Príncipe
Ali da Jordânia desiste de segundo turno após ter obtido 73 votos no primeiro,
contra 133 do atual presidente. Em discurso de agradecimento, Blatter promete
"trazer a Fifa de volta à terra firme".
Apesar
dos recentes escândalos de corrupção, o presidente da Fifa, Joseph Blatter, foi
eleito pela quinta vez consecutiva para o comandar a entidade máxima do
futebol. Ele venceu a votação realizada no 65º congresso da Fifa, nesta
sexta-feira (29/05), na sede da entidade, em Zurique.
Blatter
foi declarado vencedor depois de o seu único concorrente, o príncipe jordaniano
Ali bin al-Hussein, ter reconhecido derrota e desistido da realização de um
segundo turno. No primeiro, Ali obtivera 73 votos, contra 133 de Blatter, de um
total de 206 votos válidos. Havia 209 federações autorizadas a participar do
pleito.
Blatter
deixou de vencer no primeiro turno por apenas sete votos – 140 eram necessários
para alcançar a maioria de dois terços exigida. "Muito obrigado, vocês me
aceitaram pelos próximos quatro anos. Vou estar no comando desse barco da Fifa.
Vamos levá-lo de volta à terra firme", afirmou.
A
votação ocorreu dois dias após a Justiça americana ter indiciado 14 dirigentes,
incluindo nove da Fifa – todos relacionados a um vasto esquema de subornos
ligados à concessões de torneios de futebol e comercialização de direitos de
transmissão. Paralelamente, autoridades suíças também anunciaram uma
investigação criminal sobre as escolhas de Rússia e Catar para sedes das Copas
do Mundo de 2018 e 2022, respectivamente.
Em
2011, Blatter foi o único candidato à presidência da Fifa e recebeu 186 dos 203
votos válidos.
Blatter
promete "colocar a Fifa de volta no caminho certo"
Antes
do início da votação, cada um dos candidatos teve a oportunidade de discursar
para os membros das 209 federações de futebol da Fifa.
Apesar de já ter completado 17 anos como presidente da entidade – uma era marcada por escândalos – Blatter pediu um novo voto de confiança e que os delegados de cada federação se unissem a ele "para colocar a Fifa de volta no caminho certo".
"Vocês
me conhecem, não preciso me apresentar", disse Blatter aos delegados.
"Nós não precisamos de uma revolução. Nós precisamos de uma
evolução", afirmou.
Com
o recente escândalo, que levou à prisão de sete cartolas do futebol mundial, a
imagem da Fifa, e por tabela de seu presidente, ficou ainda mais manchada. No
entanto, o suíço de 79 anos rejeitou qualquer responsabilidade pessoal no caso
de corrupção, que está sendo investigado por autoridades americanas e suíças.
"Os culpados que estão por trás disso – caso venham a ser condenados como
culpados – agem como indivíduos. Não se trata de toda a organização",
disse Blatter.
O
mandatário, porém, admitiu haver uma responsabilidade conjunta do comitê
executivo da Fifa. Por outro lado, ele questionou a proximidade entre a prisão
dos dirigentes e a eleição para a presidência da entidade. "Coloco em
questão se foi uma coincidência", declarou Blatter. Por fim, Blatter
apelou com um "não quero deixar vocês" e recebeu efusivos aplausos
dos 209 delegados.
Príncipe
jordaniano fala em democratizar a Fifa
O
único concorrente de Blatter a manter a candidatura até a data do congresso foi
o príncipe jordaniano Ali bin al-Hussein. Para os delegados, o príncipe havia
dito que era necessário "um líder comprometido para consertar essa bagunça
na qual estamos".
"Eu
sei que a Fifa não é apenas um homem", disse o príncipe de 39 anos, que
possui pouca experiência no mundo do futebol e em seu discurso transpareceu
nervosismo. Al-Hussein prometeu "lutar contra o racismo e a discriminação
em todas as suas formas e em defender os direitos humanos" e em
transformar a Fifa numa organização mais democrática, transparente e aberta.
Além disso, ele também garantiu que pretendia ficar apenas um mandato à frente
da federação.
Protesto
interrompe congresso por alguns instantes
Durante
a abertura do congresso, duas manifestantes palestinas interromperam por breves
instantes o discurso de Blatter, mostrando cartões vermelhos aos representantes
da organização, enquanto gritavam "fora, Israel!"
Antes
do início do evento, cerca de 150 manifestantes pró-Palestina haviam protestado
do lado de fora do congresso. A Palestina, membro da Fifa desde 1998, pretendia
a expulsão da federação de Israel, na sequência de restrições impostas à
liberdade de circulação de jogadores palestinos. Os palestinos retiraram o
pedido.
Deutsche
Welle - PV/rtr/afp/dpa/sid
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