sábado, 30 de maio de 2015

BLATTER É REELEITO PRESIDENTE DA FIFA


Príncipe Ali da Jordânia desiste de segundo turno após ter obtido 73 votos no primeiro, contra 133 do atual presidente. Em discurso de agradecimento, Blatter promete "trazer a Fifa de volta à terra firme".

Apesar dos recentes escândalos de corrupção, o presidente da Fifa, Joseph Blatter, foi eleito pela quinta vez consecutiva para o comandar a entidade máxima do futebol. Ele venceu a votação realizada no 65º congresso da Fifa, nesta sexta-feira (29/05), na sede da entidade, em Zurique.

Blatter foi declarado vencedor depois de o seu único concorrente, o príncipe jordaniano Ali bin al-Hussein, ter reconhecido derrota e desistido da realização de um segundo turno. No primeiro, Ali obtivera 73 votos, contra 133 de Blatter, de um total de 206 votos válidos. Havia 209 federações autorizadas a participar do pleito.

Blatter deixou de vencer no primeiro turno por apenas sete votos – 140 eram necessários para alcançar a maioria de dois terços exigida. "Muito obrigado, vocês me aceitaram pelos próximos quatro anos. Vou estar no comando desse barco da Fifa. Vamos levá-lo de volta à terra firme", afirmou.

A votação ocorreu dois dias após a Justiça americana ter indiciado 14 dirigentes, incluindo nove da Fifa – todos relacionados a um vasto esquema de subornos ligados à concessões de torneios de futebol e comercialização de direitos de transmissão. Paralelamente, autoridades suíças também anunciaram uma investigação criminal sobre as escolhas de Rússia e Catar para sedes das Copas do Mundo de 2018 e 2022, respectivamente.

Em 2011, Blatter foi o único candidato à presidência da Fifa e recebeu 186 dos 203 votos válidos.

Blatter promete "colocar a Fifa de volta no caminho certo"

Antes do início da votação, cada um dos candidatos teve a oportunidade de discursar para os membros das 209 federações de futebol da Fifa.

Apesar de já ter completado 17 anos como presidente da entidade – uma era marcada por escândalos – Blatter pediu um novo voto de confiança e que os delegados de cada federação se unissem a ele "para colocar a Fifa de volta no caminho certo".

"Vocês me conhecem, não preciso me apresentar", disse Blatter aos delegados. "Nós não precisamos de uma revolução. Nós precisamos de uma evolução", afirmou.

Com o recente escândalo, que levou à prisão de sete cartolas do futebol mundial, a imagem da Fifa, e por tabela de seu presidente, ficou ainda mais manchada. No entanto, o suíço de 79 anos rejeitou qualquer responsabilidade pessoal no caso de corrupção, que está sendo investigado por autoridades americanas e suíças. "Os culpados que estão por trás disso – caso venham a ser condenados como culpados – agem como indivíduos. Não se trata de toda a organização", disse Blatter.

O mandatário, porém, admitiu haver uma responsabilidade conjunta do comitê executivo da Fifa. Por outro lado, ele questionou a proximidade entre a prisão dos dirigentes e a eleição para a presidência da entidade. "Coloco em questão se foi uma coincidência", declarou Blatter. Por fim, Blatter apelou com um "não quero deixar vocês" e recebeu efusivos aplausos dos 209 delegados.

Príncipe jordaniano fala em democratizar a Fifa

O único concorrente de Blatter a manter a candidatura até a data do congresso foi o príncipe jordaniano Ali bin al-Hussein. Para os delegados, o príncipe havia dito que era necessário "um líder comprometido para consertar essa bagunça na qual estamos".

"Eu sei que a Fifa não é apenas um homem", disse o príncipe de 39 anos, que possui pouca experiência no mundo do futebol e em seu discurso transpareceu nervosismo. Al-Hussein prometeu "lutar contra o racismo e a discriminação em todas as suas formas e em defender os direitos humanos" e em transformar a Fifa numa organização mais democrática, transparente e aberta. Além disso, ele também garantiu que pretendia ficar apenas um mandato à frente da federação.

Protesto interrompe congresso por alguns instantes

Durante a abertura do congresso, duas manifestantes palestinas interromperam por breves instantes o discurso de Blatter, mostrando cartões vermelhos aos representantes da organização, enquanto gritavam "fora, Israel!"

Antes do início do evento, cerca de 150 manifestantes pró-Palestina haviam protestado do lado de fora do congresso. A Palestina, membro da Fifa desde 1998, pretendia a expulsão da federação de Israel, na sequência de restrições impostas à liberdade de circulação de jogadores palestinos. Os palestinos retiraram o pedido.

Deutsche Welle - PV/rtr/afp/dpa/sid

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