Hong
Kong, China, 14 jun (Lusa) - Apenas um milhar de pessoas participaram hoje em Hong Kong numa
manifestação convocada pelo movimento pró-democrático antes da votação no
Parlamento local de um projeto de reforma eleitoral que divide o território
autónomo chinês.
O
número de manifestantes é significativamente inferior ao das dezenas de
milhares que saiam à rua no último outono para protestar contra esta reforma e
que paralisaram uma parte da cidade durante dois meses antes de serem
desincentivados pelo uso da força pela polícia.
Depois,
apareceram discórdias no interior do "Movimento dos Guarda-chuvas"
entre os defensores da confrontação e os do consenso.
"Nós
queremos mostrar à opinião pública que estamos unidos. Queremos mostrar à
comunidade internacional que a maioria recusa uma democracia truncada",
declarava antes da manifestação de hoje Daisy Chan, porta-voz da Civil Human
Rights Front.
Mas
sob um sol escaldante, 30 graus centígrados à sombra e 80% de humidade, apenas
um milhar de pessoas participaram na manifestação cerca das 15:00 locais (8:00
em Lisboa) entre o parque Victoria e o Legislative Council (LegCo), o
parlamento de Hong Kong situado no centro financeiro e administrativo da
cidade.
O
número de participantes deve aumentar quando se aproximarem do LegCo mas está
longe de responder às expetativas dos organizadores que esperavam até 50.000
participantes.
O
projeto de reforma eleitoral prevê o direito de voto a todos os cidadãos
maiores de idade de Hong Kong na próxima eleição do chefe executivo em 2017.
Atualmente,
o chefe executivo é designado por um comité de 1.200 grandes eleitores
maioritariamente pró-Pequim.
O
governo estima que o seu projeto representa um "grande passo" em
termos democráticos na antiga colónia britânica que passou para as mãos da
China em 1997.
Os
críticos do projeto consideram-no uma "paródia de democracia" pois
Pequim continua a controlar o processo já que só são autorizados dois ou três
candidatos escolhidos por um comité leal ao Partido Comunista Chinês.
Encontros
de conciliação entre os militantes de um lado, o governo local e os
responsáveis chineses de outro lado, foram infrutíferos porque todos rejeitam
ceder o que quer que seja.
O
LegCo vai analisar a proposta de lei relativa ao método eleitoral para a
escolha do chefe do Executivo na quarta-feira mas, tendo em conta o intenso
debate que deve desencadear, prevê-se que a votação propriamente dita seja
protelada para quinta ou mesmo para sexta-feira.
A
proposta de lei prevê a introdução do sufrágio universal nas eleições para o
chefe do Executivo em 2017, mas só depois de uma pré-seleção de dois a três
candidatos, que ficará a cabo de um comité composto por 1.200 membros, num
processo descrito pela ala democrata como uma "triagem".
MC
// PJA
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