segunda-feira, 15 de junho de 2015

Apenas um milhar participam em manifestação de pró-democratas em Hong Kong


Hong Kong, China, 14 jun (Lusa) - Apenas um milhar de pessoas participaram hoje em Hong Kong numa manifestação convocada pelo movimento pró-democrático antes da votação no Parlamento local de um projeto de reforma eleitoral que divide o território autónomo chinês.

O número de manifestantes é significativamente inferior ao das dezenas de milhares que saiam à rua no último outono para protestar contra esta reforma e que paralisaram uma parte da cidade durante dois meses antes de serem desincentivados pelo uso da força pela polícia.

Depois, apareceram discórdias no interior do "Movimento dos Guarda-chuvas" entre os defensores da confrontação e os do consenso.

"Nós queremos mostrar à opinião pública que estamos unidos. Queremos mostrar à comunidade internacional que a maioria recusa uma democracia truncada", declarava antes da manifestação de hoje Daisy Chan, porta-voz da Civil Human Rights Front.

Mas sob um sol escaldante, 30 graus centígrados à sombra e 80% de humidade, apenas um milhar de pessoas participaram na manifestação cerca das 15:00 locais (8:00 em Lisboa) entre o parque Victoria e o Legislative Council (LegCo), o parlamento de Hong Kong situado no centro financeiro e administrativo da cidade.

O número de participantes deve aumentar quando se aproximarem do LegCo mas está longe de responder às expetativas dos organizadores que esperavam até 50.000 participantes.

O projeto de reforma eleitoral prevê o direito de voto a todos os cidadãos maiores de idade de Hong Kong na próxima eleição do chefe executivo em 2017.

Atualmente, o chefe executivo é designado por um comité de 1.200 grandes eleitores maioritariamente pró-Pequim.

O governo estima que o seu projeto representa um "grande passo" em termos democráticos na antiga colónia britânica que passou para as mãos da China em 1997.

Os críticos do projeto consideram-no uma "paródia de democracia" pois Pequim continua a controlar o processo já que só são autorizados dois ou três candidatos escolhidos por um comité leal ao Partido Comunista Chinês.

Encontros de conciliação entre os militantes de um lado, o governo local e os responsáveis chineses de outro lado, foram infrutíferos porque todos rejeitam ceder o que quer que seja.

O LegCo vai analisar a proposta de lei relativa ao método eleitoral para a escolha do chefe do Executivo na quarta-feira mas, tendo em conta o intenso debate que deve desencadear, prevê-se que a votação propriamente dita seja protelada para quinta ou mesmo para sexta-feira.

A proposta de lei prevê a introdução do sufrágio universal nas eleições para o chefe do Executivo em 2017, mas só depois de uma pré-seleção de dois a três candidatos, que ficará a cabo de um comité composto por 1.200 membros, num processo descrito pela ala democrata como uma "triagem".

MC // PJA

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