segunda-feira, 15 de junho de 2015

ECONOMIA DOMÉSTICA TIMORENSE DESACELEROU NO INÍCIO DE 2015


Díli, 15 jun (Lusa) - A economia timorense, especialmente no que toca ao mercado de retalho, desacelerou na primeira metade deste ano, com dados estatísticos a confirmarem quedas na importação e no consumo.

Segundo o relatório de indicadores estatísticos trimestrais do Ministério das Finanças, divulgado este mês, o volume de importações de mercadorias no primeiro trimestre do ano, 102,88 milhões de dólares, foi o mais baixo dos últimos anos.

Comparativamente ao último trimestre de 2014, quando o volume total foi de 275,84 milhões de dólares, a queda no volume de importações foi de cerca de 139%.

Desde o início de 2013 o valor trimestral mais baixo tinha-se registado no terceiro trimestre daquele ano, quando Timor-Leste importou 121,73 milhões de dólares, mesmo assim quase 16% acima do valor do início deste ano.

Outros dados estatísticos que parecem indicar alguma desaceleração económica são os do Relatório de Execução Orçamental do primeiro trimestre do ano, divulgado pelo Ministério das Finanças (com informação sobre o final do V Governo, até 15 de fevereiro e dos primeiros dias do VI Governo, entre 16 de fevereiro e 31 de março).

Este relatório demonstra quedas em todas os impostos sobre mercadorias - significativo para a medida do comportamento da economia já que o setor do retalho assume uma importância significativa no setor doméstico não petrolífero.

Em concreto, o volume total de receitas provenientes de impostos sobre mercadorias caiu de 14,6 milhões de dólares no primeiro trimestre de 2014 para 12,53 milhões no período homólogo deste ano.

Mesmo o valor global de receitas domésticas caiu, de 33,86 para 32,5 milhões de dólares, sendo que a queda poderia ser maior se não fosse pelo aumento das receitas provenientes da eletricidade e de aluguer de terrenos e propriedades.

O imposto sobre as vendas caiu de 3,35 para 2,87 milhões, o de consumo de 8,1 para 7,1 milhões e o de importação de 3,16 para 2,54 milhões.

A saída de assessores internacionais - terminaram vários contratos no final do ano passado e inicio deste ano - atrasos nos pagamentos do Governo, por problemas nos procedimentos e devido à mudança de Governo e ao orçamento retificativo podem ajudar a explicar parte da queda do consumo.

A desaceleração económica evidencia-se ainda na movimentação portuária com uma queda de cerca de 4% no volume de contentores importados.

Segundo dados do Departamento de Operações do Porto de Díli facultados à Lusa, em 2014, o Porto de Díli recebeu em média 1.759 contentores por mês (um total anual de 21.105).

No primeiro trimestre deste ano recebeu apenas 5.072 contentores ou 1.690 por mês, uma queda de 3,92% - ainda que este valor mensal seja superior à média mensal dos anos entre 2010 e 2013.

ASP // JPS

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