O
mundo anda ocupado com tantas guerras, migrações e eleições que a grande
maioria das redações acabou por passar ao lado de mais um choque entre a China e os Estados Unidos. No mês
passado um avião-espião americano sobrevoou um território reclamado pela China
o que suscitou a reação de Pequim. Há quem tema que, num futuro próximo, a
disputa política continue por outros meios.
Porque
é que o Mar da China Meridional é tão importante?
Dinheiro!
50% das rotas marítimas mundiais de mercadorias passam pelo Mar da China
Meridional. De acordo com a Reuters, o comércio que sulca as águas disputadas
vale, anualmente, 5 biliões de dólares. O conflito é acicatado pela eventual
existência de reservas de hidrocarbonetos. O Banco Mundial afirma que os fundos
marítimos da região têm, no mínimo, reservas de sete
mil milhões de barris de petróleo e 900 biliões de metros cúbicos de
gás natural. Uma expectativa que não deixa nenhum país do sudeste asiático
indiferente.
Quem
reclama a soberania do Mar da China Meridional?
Todos!
O Mar da China Meridional estende-se por 3,5 milhões de quilómetros quadrados, e banha o Brunei, a
China, as Filipinas, a Malásia, Taiwan e o Vietname. A China reclama a posse da
totalidade desta vasta área o que contraria as reivindicações dos restantes
países. Estes últimos e os EUA receiam que Pequim acabe por fazer uso
de instalações militares criadas recentemente para cimentar as pretensões.
Porque
é que a tensão está a aumentar?
Imagens
de satélite captadas em abril mostram que a China está construir um aeródromo
com uma pista de 3 mil metros de comprimento nas ilhas
Spratly, cuja soberania é disputada. Mas há também referência à construção de
infraestruturas semelhantes noutros territórios, assim como faróis. Finalmente,
a China delineou uma nova estratégia naval na região e sublinhou que se pode
tornar ofensiva.
E
agora?
Taiwan
apresentou um plano de apaziguamento no dia 26 para tentar reduzir a tensão
entre a China e os vizinhos, apoiados pelos EUA. O presidente Ma Ying-jeou
apelou aos envolvidos para meterem na gaveta os desacordos e começarem a falar
em partilha de recursos. Um plano similar ao que Taipé apresentou relativamente
ao Mar da China Oriental e que lhe permite pescar nas mesmas águas em que
navegam barcos japoneses.
Ao
apresentar a sua iniciativa, o presidente taiwanês afirmou que era
importante encontrar uma solução “antes que rebente um conflito”. Ao que o
porta-voz do ministério chinês dos Negócios Estrangeiros, Hua Chunying,
respondeu: “Acreditamos que o povo chinês das duas margens do Estreito tem o
dever de proteger conjuntamente a soberania territorial da China, os direitos
marítimos e os interesses, assim como salvaguardar a estabilidade da região do
Mar da China Meridional.”
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