Bombardeamento
de Hiroshima releva importância de acordo nuclear iraniano -- EUA
Kuala
Lumpur, 06 ago (Lusa) -- O secretário de Estado norte-americano, John Kerry,
afirmou hoje, pelo 70.º aniversário do bombardeamento atómico de Hiroshima, que
o ataque releva a importância do acordo nuclear iraniano e do desarmamento em
geral.
"Escusado
será dizer que é um lembrete muito, muito importante, não apenas pelo impacto
duradouro da guerra nas pessoas, nos países, mas também por sublinhar a
importância do acordo que alcançámos com o Irão para reduzir a possibilidade de
mais armas nucleares", disse John Kerry, à margem de uma reunião
diplomática da Associação de Nações do Sudeste Aisático (ASEAN), que decorre em Kuala Lumpur , capital
da Malásia.
Dezenas
de milhares de pessoas reuniram-se hoje em Hiroshima para assinalar o 70.º
aniversário do lançamento da bomba atómica pelos Estados Unidos, um episódio
histórico que continua a dividir opiniões.
Os
sinos soaram e a multidão cumpriu um minuto de silêncio às 08:15 (00:15 em
Lisboa), a hora a que os Estados Unidos lançaram uma bomba atómica de urânio
(batizada "Little boy") sobre a cidade de Hiroshima.
Entre
70 mil e 80 mil pessoas, cerca de 30% dos residentes da cidade, morreram na
explosão e consequente onda de choque e 70 mil ficaram feridas.
Três
dias depois, às 11:02, a cidade portuária de Nagasaki foi o alvo escolhido para
lançar outra bomba (a "Fat man"), com núcleo de plutónio.
Apesar
de mais potente que a "Little boy", os efeitos da segunda bomba
atómica fizeram-se sobretudo sentir no vale de Urakami, rodeado por várias
colinas.
As
estimativas do número de mortos rondam entre os 22 mil e os 75 mil.
Nas
duas cidades, a maioria das vítimas era civil, embora Hiroshima fosse um
importante posto militar.
A
15 de agosto, depois do bombardeamento de Nagasaki e da declaração de guerra da
União Soviética, o imperador Hirohito anunciou o cessar-fogo.
A
02 de setembro, o Japão assinava o instrumento de rendição incondicional, pondo
fim à Segunda Guerra Mundial.
O
papel dos bombardeamentos atómicos na rendição japonesa e a sua justificação
ética continuam a ser debatidos.
Num
estudo do instituto norte-americano Pew Research Center, divulgado em
fevereiro, mais de 56% dos norte-americanos consideraram que a utilização da
bomba atómica contra o Japão foi justificada, contra 79% dos japoneses que
afirmaram o contrário.
DM
(EJ) // VM
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